ANDARILHO
Alcione Pessoa Lima
A natureza exuberante contrasta...o
O andarilho, que se arrasta...
Mede o mundo em passos...
E sobre os ombros a mochila cansada de guerra...
Seres largados; destinos indefinidos...
Ou, anunciados...filhos da terra!
O cão tatuado o acompanha...e os pensamentos.
A criatura esquecida tem desejos; talentos...
Talvez só lhe falte quem o diga: te amo!
E segue aquela alma vazia na sua rebeldia...
Os olhos captam as chuvas; o verão dos corações sombrios...
Certo de que vencerá as tempestades, consequência de seu modo arredio.
Quando se depara com uma flor...aflora o amor contido...
E vem à tona desejos refinados...o ego se digladia...
E sob o choro que lava o corpo embotado...
Liberta-se, no silêncio de um caminho...
É apenas um ser que busca na trajetória da vida, carinho.
Pode tombar na primeira curva; pode sonhar e escancarar o sorriso;
E transformar o inferno em seu particular paraíso.
Pode seguir em frente...ou, de repente, abreviar a dor...
E na encruzilhada escolher, como via única: o amor!
Um espírito maltrapilho, sem rédeas, sem correntes, que escolheu
Somente ser um ANDARILHO.
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