terça-feira, 26 de março de 2024

ANDARILHO


 

ANDARILHO


Alcione Pessoa Lima


A natureza exuberante contrasta...o

O andarilho, que se arrasta...

Mede o mundo em passos...

E sobre os ombros a mochila cansada de guerra...

Seres largados; destinos indefinidos...

Ou, anunciados...filhos da terra!

O cão tatuado o acompanha...e os pensamentos.

A criatura esquecida tem desejos; talentos...

Talvez só lhe falte quem o diga: te amo! 

E segue aquela alma vazia na sua rebeldia...

Os olhos captam as chuvas; o verão dos corações sombrios...

Certo de que vencerá as tempestades, consequência de seu modo arredio.


Quando se depara com uma flor...aflora o amor contido...

E vem à tona desejos refinados...o ego se digladia...

E sob o choro que lava o corpo embotado...

Liberta-se, no silêncio de um caminho...

É apenas um ser que busca na trajetória da vida, carinho.

Pode tombar na primeira curva; pode sonhar e escancarar o sorriso;

E transformar o inferno em seu particular paraíso.

Pode seguir em frente...ou, de repente, abreviar a dor...

E na encruzilhada escolher, como via única: o amor!

Um espírito maltrapilho, sem rédeas, sem correntes, que escolheu

Somente ser um ANDARILHO.

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