COMENTÁRIOS A “BARRAS DO MARATAOÃ E DA SAUDADE”
Elmar Carvalho
Na quarta-feira, dia 7, às 6 horas, fui a Barras, em
companhia da Fátima, do José Ataíde, irmão maçônico, e de minha irmã Maria
José. Fui cedo porque tinha pressa e dirijo devagar, e dirijo devagar porque
tenho pressa. Iria participar da solenidade de exibição do documentário “Barras
do Marataoã e da Saudade”, produzido por mim e pelo professor e escritor
Claucio Ciarlini. O evento foi promovido e organizado pela Secretaria da
Educação do Município de Barras. O primo Domingos Furtado Magalhães, de maneira
atenciosa e prestativa, fez os contatos iniciais, para que o evento pudesse ter
o sucesso e acolhimento que teve.
Ao chegarmos fomos acolhidos por Hanna Gabriela Furtado de
Carvalho, minha parenta, que nos levou ao gabinete do secretário Ramon Vieira
de Carvalho, professor e historiador, grande conhecedor da História de Barras,
onde degustamos um farto e delicioso café. Conversamos um pouco, até a hora do
evento, que ocorreria no Auditório Monsenhor Uchoa, muito próximo, que
recentemente, em sua parte interna, passara por uma excelente reforma.
Quando chegamos o auditório, com capacidade para duzentas
pessoas sentadas, estava lotado. O secretário Ramon fez a abertura, com informações
sobre o conteúdo do vídeo e sobre a minha pessoa. No vídeo, a pretexto de ir
desfiando umas lembranças barrenses de minha infância e adolescência, falo um
pouco de certos aspectos da História de Barras, de suas ruas, praças, prédios,
figuras históricas, paisagens e casos interessantes, alguns anedóticos etc.
Em seguida foi feita a projeção do documentário. Após, fiz
uma explanação sobre a sua concepção e objetivo. Referi-me a outros vídeos,
realizados por mim em parceria com o Claucio Ciarlini, mormente os referentes a
Parnaíba, José de Freitas, Amarante e Campo Maior (este em fase final de
edição). Estavam presentes alunos da Universidade Estadual do Piauí e de
escolas do ensino médio. Os presentes se mantiveram atentos e respeitosos, e
aplaudiram com intensidade o filme.
No final, muitas pessoas pediram para tirar fotografias
comigo, o que me foi um motivo adicional de satisfação. Algumas me perguntaram
sobre meus parentes em Barras; outras me revelaram que se emocionaram com o
vídeo e algumas outras me disseram que chegaram a chorar ou marejar os olhos,
em certas passagens do filme.
Por WhatsApp recebi alguns comentários sobre o vídeo, que
transcrevo abaixo:
Através do escritor e cardiologista Itamar Abreu Costa,
recebi o seguinte comentário do médico Wildson Gonçalves:
“Obrigado pelo envio desse belo vídeo sobre nossa querida
Barras do Marataoan. Revivi com muita saudade minha infância e adolescência
vendo a ilha dos amores, o rio, onde inúmeras vezes tomava banho ou fazia
pescarias. A chamada RUA GRANDE, era assim conhecida a Rua Taumaturgo de
Azevedo, a rua onde eu e todos os meus irmãos nascemos. Sempre me deixa
emocionado falar sobre barras. E é um enorme prazer ter vc como conterrâneo,
como cidadão barrense!
Essa bela casa que aparece no vídeo era a casa do meu avô
Dico Gonçalves. Foi nela que meu pai nasceu e onde passávamos as férias todos
os anos. Foi tombada por sua arrojada arquitetura de quase um século, e hoje é
sede da prefeitura, denominada agora de CASA ROSADA!”
Foi postada no grupo dos amigos do site Entretextos esta
emocionante mensagem do radialista e cronista Chagas Botelho, barrense:
“Parabéns pelo lindo documentário, meu caro Elmar Carvalho.
Fiquei muito emocionado, pois, me vi em vários locais
mostrados.
Nasci em Barras, me criei em Barras, meus pais e irmãos ainda
moram lá, eu não mais, mas Barras nunca saiu de mim. E nunca sairá.
A Ilha dos Amores, meu Deus, quantas vezes a nado, lá eu
cheguei.
A ponte do Pesqueiro, quantos pulos, inclusive mortal de
costas, de lá tirei.
O interior das Ameixas, quantas vezes, os meninos da Rua
Fenelon Castelo Branco, em partida de futebol, enfrentavam os meninos daquela
localidade.
Na Rua Taumaturgo, a Rua Grande, passei dias alegres e
amargos. Eu e família, por conta das enchentes, nos abrigamos naquele pedaço de
chão por conta da bondade do patrão de minha mãe.
Passou um filme na minha cabeça, me lembrei de minha primeira
escola, a Honorina Tito, do estádio Juca Fortes, da Rodoviária, do Clube de
Ouro, do balão do São Cristóvão e tantos outros lugares em que passei toda a
minha infância.
Muito obrigado Elmar Carvalho, por tão lindo documentário. Se
você me permitir vou compartilhar com os meus irmãos que ainda moram lá. E que
como eu, amam o lugar onde nascemos.”
O parente e amigo Dílson Lages, notável escritor e poeta, me enviou
as seguintes palavras, com conteúdo genealógico e histórico:
“Parabéns, Elmar, por mais um retrato lírico-afetivo do
Piauí. Agora sobre a amada Barras de vosso pai, seu Miguel, primo de minha
bisavó Adalgisa de Carvalho e Silva (Castello Branco). Muita gente até hoje
acha que o Carvalho dela é exclusivamente o do avô, de ancestralidade oeirense.
Cito o último nome, que também o é de seu DNA, por conta de identificação de
minha bisavó com ele, suprimido, da mãe depois do casamento por questões
políticas. O velho coronel Trasíbulo, pai de Dazinha, figura polêmica, foi a
pedra no sapato das velhas oligarquias de Barras, como prefeito, como deputado,
como rábula de sucesso por toda a vida. Como me habituei a ouvir: não abria
mãos de suas ideias nem para um trem carregado de ferro. E foi as vias de fato
à bala, como registram jornais da época, quando para garantir que flagelados de
uma seca famintos tivessem acesso a sacas de farinha em Porto dos Marruás.
Morreu em idade avançada e viu a glória dos filhos na política em São Paulo.
Tudo adormecido na poeira do esquecimento.”
O amigo Francisco Carlos Araújo, o cacique Chico Acoram,
autor do importante livro “O menino, o rio e a cidade”, me mandou uma pequena
crônica, que publicarei na íntegra, oportunamente, mas da qual não resisto em
extrair o seguinte trecho:
“’Barras do Marataoã e da Saudade’, assim começou a exibição
do vídeo na voz bela e compassada do autor do documentário, o ilustre escritor,
romancista e poeta Elmar Carvalho. Ressalte-se que Elmar não é barrense de
nascimento, mas nas suas veias corre o sangue de barrense. Seu pai, Miguel
Arcângelo de Deus Carvalho, nasceu em Barras, assim como seus ancestrais. Por
essa razão, Elmar Carvalho embora tenha nascido em Campo Maior é, como ele
próprio se declara, um barrense de coração. Agora, Elmar, um barrense de
coração, vem presentear aos filhos de Barras do Marataoã com esse importante e
valioso documentário. Aliás, um verdadeiro tesouro em forma de imagens,
melodias, palavras e poesias, com muitas emoções.”
Assim, foram tantas as emoções, que julgo melhor encerrar por
aqui.
Bom dia, amigo Elmar Carvalho, vi o vídeo todo com muita atenção, inclusive pela sua bela e inconfundível emocionante narração e tive também muitas saudades dos tempos idos. Inclusive nos anos 90 quando viajava na comitiva do governo e passava às margens do Maratoã. O fundo musical "batendo as tamanquinhas ..." me levou aos anos 70 no Mercado da Guarita em Parnaiba, que hoje está reformado. Parabéns pelo trabalho literário!
ResponderExcluirEverardo-Parnaíba