Amo a Luz
Newton
de Freitas (1920 – 1940)
Deixa! que a luz invada o meu quarto todinho.
Deixai! Nem que a chuva inunde este campo em
redor;
Nem que o vento frio açoite o meu corpo
cansado;
Nem que a luz me beije demoradamente.
Eu amo a luz que é ósculo de Deus;
A luz, que é ciência e liberdade!
Sorrio à noite quando um raio de luar
Vem enfeitar o meu sono,
intruso que salta pela minha janela
Porque sabe, talvez, que eu tenho a alma grande
E adoro as ilusões abençoadas.
Quando eu estiver morrendo, direi como Goethe
"Mais luz", e os que me assistirem hão
de abrir as janelas
Senão eu os amaldiçoarei no derradeiro
instante.
Mas quem sabe como será o meu momento final?
Quem sabe se haverá sol na minha última hora?
Deixai que a luz invada o meu quarto todinho;
A luz que é o beijo de Deus a tocar-me nos
olhos,
A luz que traz a poesia para os meus sonhos,
Deixai que a luz espante esta minha tristeza.
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