Craques do ENEM e dos olímpicos
esforços
José Maria Vasconcelos
Milhares de jovens, Brasil afora, anteciparam o carnaval, ao reunir
familiares e amigos, pela conquista de uma vaga na universidade. Vitória suada,
sobre-humana, inclusive dos pais, que não medem esforços no investimento e na
educação dos filhos. Anos de estudo, repouso reduzido, baladas e paixões
adiadas.
Convidado comemoração em medicina, uma
banda incendiava a moçada, ao toque da marcha do vestibular, de Pinduca: “Alô
papai, alô mamãe/Põe a vitrola pra tocar/Podem soltar foguetes/Que eu passei no
vestibular/Eu agora não me iludo/Estou com a cuca controlada/Já não sou mais
cabeludo/Estou de cabeça raspada/Tudo agora é alegria/Vou alegre pintando o
sete/Com a turma na folia/Dando tiros de confete”.
“Eu agora não me iludo...” Ao contrário
dos que se nutrem de doces ilusões noturnas, insones, baladas e aventuras,
bebedeira, fugazes amores. Devaneios que dividem a responsabilidade com os
pais, cuja responsabilidade educacional dos filhos fica por conta de empregadas
e escola. Encontram mais tempo para negócios e eventos sociais do que preciosos momentos de afeto e
desenvolvimento dos filhos. Na infância, fácil ludibriá-los com presentes e
assistência de babás. Vem a hora do voo da adolescência, descobrem o preço do
descuido.
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