O SABIÁ APRISIONADO
José Francisco Marques
Cronista e articulista
A algumas manhãs sou acordado
pelo som mavioso de um canto de sabiá. Vem dos arredores da casa onde moro.
Soube a pouco ao comentar com um
vizinho que o mágico canto vem de um pássaro aprisionado em uma pequena gaiola.
Pensei: então não é um canto, é
um lamento de uma alma (sim, os pássaros possuem alma!), atordoada que clama
por sua liberdade, pelo seu espaço infinito dos céus a que pertence.
Aquele pássaro apela em forma de
cantarejo pela saudade em seu frio cárcere, longe de onde foi raptada a sua
meritória liberdade.
Canta talvez, em um suspiro
derradeiro ou como apelo ao seu algoz que inconscientemente o tem como um
troféu.
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