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Soneto XXX
Ovídio Saraiva (1787 – 1852)
Os céus, se os mesmos são, vejo encobertos
De negrume infernal, bulcões pesados;
Entorno ao mundo os montes empinados
De ferrenho nevoeiro estão cobertos.
De anosa Torre compassados, certos
Saudoso Bronze lá me envia brados;
Guincham, e guincham destes quatro lados
Cinzentos Mochos ao sepulcro ofertos.
De quando em quando, ao longe, sem conforto
Vejo tênue clarão; no val profundo
Reina o silêncio da atra noite aborto.
Trevas! Ó trevas! que prazer jucundo!
Parece, ou que no mundo tudo é morto,
Ou que este já não é o mesmo mundo.
Fonte: A poesia parnaibana (2001)
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