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À mulher
José Newton de Freitas (1920 –
1940)
Durante muito tempo eu contemplei
o céu
e embriaguei-me de azul.
Demorei meu olhar dentro das
matas,
encantei-me com tanto verde,
embeveci-me com tanto mistério.
Olhei profundamente o mar
enraivecido
e admirei-me de tanta majestade.
Vi luares de maio e vi tantas
manhãs de abril,
vi o sol, vi a lua, vi planetas e
estrelas.
Extasiei-me com tanta poesia.
Eu olhei deslumbrado todas as
grandezas,
tudo o que Deus fez para o homem
admirar.
Depois notei que esquecera alguma
cousa.
Foi então que eu te contemplei.
Perdoa-me o meu esquecimento, ó
Mulher que muito amo!
Meus olhos te fitaram
indefinidamente,
passearam na estrada das tuas
linhas,
na beleza indizível do teu corpo.
Ajoelhei-me a teus pés.
Veio a veneração, veio o amor.
E eu esqueci tudo o que tinha
olhado.
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