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PROCURA-SE UM AMIGO
Carlos Henriques Araújo
Cronista e memorialista
Fim de férias. Domingo à tarde. Estou só, na varanda do meu
apartamento na praia do Coqueiro. São quase seis horas da tarde e o sol está
sumindo dentro do mar, sob um céu avermelhado, e ao longe, escuta-se o ruído
das ondas se quebrando na praia.
Diante desse espetáculo maravilhoso da natureza, um
sentimento de solidão me invade o peito. E me traz à lembrança uma carta de Vinicius
de Morais a Tom Jobim quando ele estava morando sozinho em Paris. Da varanda do
quarto do hotel em que estava hospedado, de frente para uma praça, refletia
sobre a solidão das pessoas num mundo tão movimentado e distante. Para
descrever esse momento de solidão ele a simbolizou na ausência dos amigos.
Como ele, eu, também, longe de meus amigos, digo: Procuro um
amigo que goste de viajar, de conhecer outros lugares, outras culturas; que
goste de ler, de escrever, de uma boa música, de conversar, de um bom vinho, de
ver a lua.
Um amigo que goste do sol, do mar, de campos verdes, de
montanhas e rios; que goste de ouvir o canto dos pássaros e do murmúrio
silencioso da brisa; que goste de praça, de ruas, de uma casa no campo e o
cheiro da chuva na terra molhada.
Um amigo que respeite a natureza, que proteja os animais,
que goste ver os bichos brincando e pássaros cantando; que ame o próximo e
respeite a dor alheia; que seja solidário e paciente; que tenha piedade das
pessoas tristes e compreenda a solidão dos velhos, dos doentes e dos sem
amigos.
Um amigo que tenha um sonho, um ideal e que lute por ele;
amigo que se emocione com as coisas simples da vida, que tenha prazer em fazer
o bem ao próximo, que se realize com suas realizações e com a dos outros também.
Um amigo que curta a vida e diga que vale a viver, porque a
vida é bela por causa dos amigos.
Muito obrigados a todos os meus amigos, vocês são a causa da
minha felicidade.
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