Fonte: Google/Wikipédia |
Uma carta virtual e virtuosa de Moisés Reis (*)
Prezado confrade,
Li sua crônica sobre a obra de Henrique Pérez Escrich, “O Mártir do Gólgota” história muito parecida com a minha, porquanto lá pela idade de dez anos, a minha mãe, católica de ardentíssima fé, amante dos livros, incentivou- me a ler a citada obra.
Confesso que a história do Homem de Nazaré produziu em mim indelével sentimento de fé e admiração, eis que nunca mais esqueci a via dolorosa por que caminhou Jesus, por amor à humanidade.
A obra é, realmente, de grande valor, seja por contextualizar o fato de maior relevância para o mundo ocidental, seja pelo primor poético de como a história é contada.
Passaram- se os tempos, longos anos, entretanto ficou guardada, inapagável nos esconsos da memória, a minha convicção de que Jesus era e é, sim, o filho de Deus.
Como você, sem esquecer o livro que marcou minha infância, após 50 anos, em 2011, deitei os olhos, emocionado, na obra sobre mesa tosca de singela mercearia, localizada no bairro “Pedra Mole”. Capa verde, esmaecida pelo tempo, quase não acreditava no que via! Deus meu,! disse para os meus botões, queria tanto reler a obra, para reviver tempos idos e vividos em paz remansosa na vetusta oeiras; desejava muito prestar uma homenagem póstuma à minha querida mãe, pelo bem que me fez, consolidando minha fé cristã, e agora sentia poder transformar meu sonho em realidade.
Não obstante a obra do “seu Pedro” contivesse somente o volume II, para mim já era sonho realizado.
O dono do livro era homem simples, de muita fé e de poucas letras. O livro era seu companheiro de dezenas de anos, também presente da mãe. Emprestou- mo para extrair cópia.
Caríssimo Elmar! Afirmei que a obra é, toda ela, um cântico poético. Concluo transcrevendo, literalmente, pequeno trecho do Livro Quinto, capítulo VII, verbis:
“ o sol começa a esconder os seus moribundos raios atraz das azuladas montanhas que servem de pedestal ao templo de Júpiter. O bosque do divino Júlio, agitado pelas brizas da tarde, sacode os empoados loureiros, que perfumam o ambiente com o seu aroma. A violeta abre o seu cálix erguendo-se para o céo e o magnólio das índias inclina o seu copo de marfim para a terra. As palmeiras e os espinheiros estendem as suas sombras para o Oriente em busca da noite. Os rouxinoes occultos nos frondosos espinheiros, batem alegres as azinhas e as intranquilas caudas , esperando que o zephyro nocturno lhes roce as pennas para enviar ao Creador o cantos das trevas”
Grande abraço ao distinguido Vate da nossa APL
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