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ROMPIMENTO
Elmar Carvalho
Dedo em riste,
muito feroz e muito triste,
o homem, grosso e imundo,
falou:
– Lembra-te, tu já lambeste
meu cu!
A mulher, com gestos
abstratos
feitos do mais singelo
recato,
elegante e delicada,
retrucou:
– Lambi, mas não lambo mais
...
O homem quedou-se transformado
em pesada estátua de pedra e
dor.
A mulher se foi
–
leve e evanescente –
anjo que se libertou.
A comborça lhe deu uma grande lição, com lirismo e educação. Kkkkk.
ResponderExcluirTrabalhamos esse poema, do livro Rosa dos Ventos Gerais, em 2018, no Projeto Chá com Livros, Centenário da APL, com alunos de 3° ano médio e fizemos uma discussão linda sobre o empoderamento feminino, machismo, feminicidio, enfim. Foi uma excelente discussão. Obrigada, poeta, por nos abrir portas libertárias.
ResponderExcluirObrigado digo eu.
ExcluirEla se redimiu do pecado enão o tratou de maneira rude apezar da maneira que ele a ela falou.
ResponderExcluirDominação: rudeza x angelical.
ResponderExcluirTodo o bem liberta-se do mal, triunfante.
A mulher nocauteou o coronel com luvas de pelica. Ou seja, com elegância e delicadeza e sem ofensa.
ResponderExcluirA todo custo, o rude e incauto homem tenta diminuir a mulher (deixá-la submissa) para não ser abandonado, acusando-a cúmplice de ato abjeto mútuo.
ResponderExcluirInclusive, aquele, numa jogada arriscada, confessa "a invasão íntima" de uma região simbolicamente muito vulnerável a virilidade masculina.
Porém, a perspicaz mulher, num xeque-mate, com extrema altivez e presença de espírito, admite ter sido cúmplice do ato, e o rejeita (e se liberta), além de o deixar violado simbolicamente.