sábado, 31 de dezembro de 2011

FELIZ ANO NOVO, DE NOVO?


JOÃO PINTO

Cada virada de ano que a gente passa é como a travessia para uma rua nova, que tem as suas diferenças. E, o comum, na espécie homo, é se fazer a travessia por meio de festa. Reunião de família ou de amigos, ou em grandes concentrações. Vale um pernil ou aves abatidas, que viveram no cativeiro para esse fim. E o cativeiro desses animais os tornam infelizes. Mas, na nossa colonização, segundo alguns relatos, houve algum europeu que os patrícios índios também os deixaram numa mesma pocilga para terem um prato diferente para comemorar algum natal deles. Como a gente faz.

Pois bem, a travessia de uma rua para a outra é o que fazemos todo ano. Há o pernil, o vinho e as aves, inclusive os abraços e os foguetes no céu. Você bebe fora da conta e se emporcalha com tanta comida. Esse gesto de comer o pernil ou ave é a conduta do homem hipotálamo, a pessoa ideal da sociedade de consumo. Que o comerciante capitalista coloca uma corrente no teu pé. Isso representa o lado material da gente e que apenas satisfaz o teu ego biológico. Você só planeja a tua vida para esse fim. Nascer, trabalhar, comer, dormir e depois morrer. Que tristeza de vida! Você atravessou todas as rua da tua vida assim. Apenas com essa bagem, sem nenhuma cultura no lado interno da tua alma.

E o que é bom da vida que não sejam o comer e o vestir? Você tem que criar alguma coisa para não viver somente no tédio de existir. Crie no quintal da sua casa uma horta, que um amigo ou alguém da família possa dizer, Se não fosse ele a gente não teria esse sabor na comida; ou, então, regue todo dia o seu pé de jasmim que, ao soltar a flor, um vizinho só passa por aquela rua por causa daquele perfume que o deixe feliz ao ir para o trabalho. E, se você é um professor, de vez em quando diga a seus alunos, Hoje a minha aula é sobre esse romance. Quando você passa abordar a história linda desse livro, observe que o fulgor dos olhos desses alunos são diferentes. Porque essas coisas é que deixam a gente feliz, tocam a alma nossa. E é o grande legado das pessoas. Feliz ano diferente!

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