segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Família sem Deus, adeus família!


José Maria Vasconcelos

             Jovem empresário, boa pinta, casado, filho de dez anos, atende a  alinhamento e balanceamento de pneus, lavagem de carro, em cobiçado ponto da capital. Ele enxerga longe o aumento de capital e mais investimentos, para satisfação da seleta clientela . Resolveu abrir a loja no sábado e domingo. Não encontra mais tempo para curtir a esposa e o filho. Não sabe como desfrutar o lar, se a empresa exige mais lucros, e a clientela dos finais de semana é especial. “Sinto que o convívio da família anda esfriando.”
            E vai gelar, nobre jovem, até o iceberg arrebentar sua paciência e a da família, quando compromissos empresariais e sociais asfixiarem a prazerosa companhia da esposa, filhos e demais familiares.
            O jovem cita casos de empresários que faliram, porque não planejaram seus negócios, não estudaram o mercado, não seguiram metas e objetivos, mil outras lições de administração. Pois bem, nobre empreendedor, a instituição famíliar segue mais ou menos essas regras mercadológicas. Primeiramente, definir alguns conceitos básicos, a fim de que metas e objetivos atinjam a felicidade conjugal. A preparação para constituir família começa bem cedo, semelhante ao projeto de uma empresa. Senão a falência fecha as portas.
             O glamour amoroso quase sempre é aventureiro e apressado como a ambição empresarial imprudente. Na hora de se preparar para o casamento e constituir família, é preciso discernir amizade, paixão, amor, no inicio do namoro. A mídia, notadamente novelas, cria estereótipos de apaixonados, primeira noite na cama, parcerias, como fossem papéis descartáveis. E chamam esse glamour de amor, de casamento, “eterno enquanto dure”.
            Psicólogo americano Philip Zimbardo, autor do livro O EFEITO LÚCIFER, em entrevista à revista Veja, afirma: “ Os seres humanos são flexíveis em relação a seus valores e crenças. Tendem a se adaptar ao status quo. Se este muda, as pessoas logo trocam seus padrões habituais de resposta por outros que façam mais sentido na nova ordem”.
       Há sempre um sentimento diabólico contra o sentimento divino embutido nas pessoas. Daí a fácil capacidade de mudar uma conduta para o bem ou para o mal. Para o crime ou para a virtude. Para a família ou para desestruturação da família. A História registra correntes filosóficas que orientam o pensamento e condutas de vida. Os cristãos e gente do bem, em geral, se conduzem pela doutrina de Jesus Cristo, que ensina como vencer a batalha contra o mal, uma semente ancestral do ser humano fincada no egoísmo, ambição desenfreada de riqueza e poder, ódio, vingança, separação conjugal. Líderes políticos, antes um testemunho de dignidade, logo se inebriam de condutas imorais, para satisfação partidária e eleitoreira. Modestos casais, antes, a luta pela sobrevivência, depois a ascensão econômica, para, em seguida, a substituição da esposa por uma mais jovem e fogosa.
      A educação cristã considera o casamento e família dons de Deus, e somente Deus pode segurá-los. O acasalamento é invenção humana, cartorial. O exercício da experiência com Deus, através da oração protetora, do respeito conjugal, do bom exemplo, do diálogo com os filhos sobre virtudes e vícios, o tempinho prazeroso com a família... não há Lúcifer que detone a família nem droga que fascine os filhos.
     Portanto, jovem empresário, continue a alinhar e balancear pneus, lavar carros, conquistar clientes preferenciais, porém invista, também, em outro sentido da vida, que não tem preço, mas valor. Os preferenciais, especialmente em finais de semana, encontram-se no lar. Encerre as portas de sua firma, nos finais de semana, antes que as da família se tranquem. Definitivamente.    

Nenhum comentário:

Postar um comentário