Simplício Dias da Silva |
19 DE OUTUBRO – HERÓIS ESQUECIDOS NA HISTÓRIA
CONTADA
Vicente de Paula Araújo Silva “Potência”
Hoje, comemoramos 191 anos da data em que o Cel.
Simplício Dias da Silva na frente do Senado da Câmara, onde
atualmente funciona a Empresa dos Correios e Telégrafos, conclamou
a comunidade da então Villa de São João da Parnahiba a aderir ao
brado de Independência proclamado por Dom Pedro às margens do
riacho Ipiranga em São Paulo, quando a partir daí muitos fatos se
sucederam na região entre eles a perseguição , seqüestro dos
bens e prisão de familiares dos líderes do movimento. Nesse
contexto, dois nomes surgem como mártires daquele ato brasílico: O
brasileiro Cap. Antonino Ferreira de Araújo Silva e o português
Cel. Manuel Antonio da Silva Henriques (senador da câmara).
A respeito do primeiro, sabe-se que em 1822 era
Capitão do Regimento de Milícias Portuguesa que foi comandada em
Parnaíba pelo Coronel Simplício Dias da Silva. No movimento da
Independência do Piauí, foi preso a bordo do Brigue de Guerra
Infante Dom Miguel por ter remetido armas para as tropas em
arregimentação no Ceará por Simplício Dias da Silva e o Alferes
Leonardo de Carvalho Castello Branco. Assim como Simplicio Dias , em
1823, era um dos 19 donos da Ilha Grande de Santa Isabel e
propriedades na Freguesia de Nossa Senhora do Carmo, Província do
Piauí, Bispado de São Luiz do Maranhão. Boiadeiro, deixou muitos
descendentes nos vales dos rios da bacia do Baixo Parnaíba. Era
integrante do clã dos Dias da Silva, conforme atestam as
procurações datadas de 9 de março de 1823, outorgadas ao cidadão
Onofre José de Melo para resolver negócios em Campo Maior a mando
de Simplício Dias da Silva e Justina Jozefa Dórea da Silva (viúva
de Raimundo Dias da Silva), nas quais, foram testemunhas o
referenciado Capitão Ferreira de Araújo e o Capitão Domingos de
Freitas Caldas. Era filho de Domingos Dias da Silva, bem como,
meio-irmão de Simplício Dias da Silva e Raimundo Dias da Silva.
Exercia as funções de Juiz de Paz na Villa de São João da
Parnahiba em 1832, quando se julgou suspeito para efetuar a partilha
dos bens dos finados Simplício Dias e Raimundo Dias, por ser
cunhado e tio das partes envolvidas, conforme consta no inventário
de avaliação efetuado em 1832 , assinado
pelos herdeiros Maria Izabel Thomázia de Seixas e Silva, seus
filhos Coronel Antonio Raimundo de Seixas e Silva, Tenente Simplício
Dias de Seixas e Silva, Dona Helena Amália de Seixas Dias da Silva,
Capitão José Francisco de Miranda como Administrador de sua mulher
Dona Carolina Thomazia Dias da Silva Seixas; e Dona Justina Josefa
Dória da Silva e seus filhos, Capitão Simplício Raimundo Dias da
Silva, Tenente Raimundo Dias da Silva, Dona Lucrécia Brígida Dias
da Silva, Dona Eulália Lucinda Dória da Silva.
Após a morte de Simplício Dias, por ocasião
da adesão dos oficiais da força armada de Parnaíba, José Benedito
Ferreira de Veras, Domingos Ferreira de Veras e Luis Barroso de
Veras, em Frecheiras (Cocal) a causa dos ‘BALAIOS”, foi
destacado por Miranda Osório para conter o movimento naquela
localidade, onde em 13/07/1839, foi assassinado. Face a isso, em
10/10/1839, os balaios são derrotados em Frecheiras, por tropas
legalistas sob o comando de Miranda Osório, e finalmente em
15/10/1839, dá-se a batalha final da luta balaia no norte do
estado do Piauí, quando no lugar Contendas, atualmente município de
Cocal (PI), os revoltosos são derrotados tendo os chefes Cabral e
Luiz Barroso Veras, fugido para o Maranhão.
O fundador de Piripiri – Padre Freitas - em
seu testamento concluído em 10 de outubro de 1862, e aberto em
Piracuruca no dia 28 de dezembro de 1868, menciona o seu nome no
pagamento feito em favor do casal Tenente Coronel Raimundo Dias da
Silva e sua esposa Justina Jozefa Dórea da Silva, quando o seu
meio-irmão ainda vivia.
Simplício Dias em carta a Dom Pedro I, em 1823,
diz que ele é seu irmão, e que foi preso no vaso de guerra Infante
Dom Miguel, porque enviou armas para o mesmo no Ceará, onde o mesmo
organizava tropa para retomar a Villa de São João da Parnahiba, em
poder do Major Fidié, após a sua invasão. Por essa razão, teve
os seus bens saqueados pelos militares portugueses deixando-o
arruinado financeiramente.
Entre seus descendentes, Domingos Ferreira de
Araújo teve filhos com Felicidade Senhorinha de Jesus, entre eles,
Mariano Ferreira de Araújo, nascido no Buriti dos Lopes em 1895,
este, casado com Gonçala Ferreira Véras, oriunda da localidade
Leitão, próxima ao povoado Bitupitá (orla marítima), hoje
município de Barroquinha (CE) .
Mariano Ferreira de Araújo e Gonçala Ferreira
Veras, tiveram como filhos, Maria das Dores Araújo Silva, José de
Jesus Araújo, Mário da Cruz Araújo, Francisco de Assis Araújo e
Luiz Gonzaga de Araújo. Todos os homens ingressaram nas forças
armadas, exército, aeronáutica e marinha, estando ainda vivos em
2013, os oficiais da reserva remunerada do exército-José de Jesus
Araújo, e marinha-Luiz Gonzaga de Araújo.
Da série : Estórias a Respeito da História da
Parnaíba
Phb. 19/10/2013. Vic.
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