O Carnaval
Zito
Batista (1887 - 1926)
Põe a
máscara e vai para a folia,
Na
afetação de uns gestos singulares,
Esquecido
dos íntimos pesares
Que te
atormentam todo santo dia ...
Homem
doente, perdido nesses mares
Tenebrosos
da dúvida sombria,
Vê que há
lá fora um frêmito de orgia,
Mesmo
através das coisas mais vulgares!
Põe-te a
cantar, desabaladamente!
Vai para a
rua aos trambolhões, às tontas,
Como se
enlouquecesse de repente ...
Agarra-te
à alegria passageira:
Olha que o
que te espera, ao fim de contas,
É o
triste Carnaval da vida inteira ...
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