José Maria Vasconcelos
Cronista,
josemaria001@hotmail.com
A
estupidez assassina, no Brasil, esgota a misericórdia e tolerância cristãs. É
preciso reagir, ou multiplicar-se-ão cemitérios. Assaltam-se e matam-se
cidadãos todo santo dia. Há algumas décadas, os raros assassinatos perduravam
na memória coletiva por anos, como o “crime da doméstica”. Hoje, se esvai
rápido.
Em Teresina, a última vítima, um jovem
estudante de engenharia, 21 anos, ficha escolar e disciplinar de causar
canonização, vítima de bala perdida. Sem falar nas execuções envolvendo traficantes
e viciados em drogas, diariamente. Só no primeiro semestre, mais de 70
assassinados se foram para o andar de cima. No Brasil, assassinatos ultrapassam
50 mil ao ano. Sobrepõem ao Iraque e a qualquer nação em conflito.
É hora de se repensar se valeu a pena a
lei do desarmamento e do confisco de armas, criados no governo petista. Não é
preciso dom profético para se previr a conta iminente dessa onda sanguinária.
A lei do desarmamento e do confisco de
armas só beneficiou falanges de bandidos e do crime organizado, hoje
incrustrados em todos os poderes da Nação. Eles, com seus tentáculos no
Congresso Nacional, criam e aprovam leis estúpidas de proteção a menores, bolsa
presídio, privilégios a penados, tempo mínimo de cárcere, limites de arrocho e
uso de armas a policiais. Até conseguem incorporar-se às forças policiais.
A história de desarmamento e confisco de
armas não vem de agora: nasceu em regimes nazista, fascista e comunista.
Exatamente para domar a sociedade à servidão ao poder. A Alemanha nazista, o
Japão feudal, a extinta União Soviética, Cuba, China comunista, Coreia do
Norte, todos, em algum momento, fizeram registro e confisco de armas. Em
seguida, ocorreram banhos de sangue, exatamente dos que ousaram combater as ideologias
ditatoriais.
Logo após o confisco de armas de
cidadãos, na Alemanha nazista, ocorreu a carnificina de judeus. Em novembro de
1938, o The New York Times informava de Berlim: “A infame violência nazista
contra cidadãos judeus foi precedida pela confiscação de armas de fogo das
vítimas judias. O presidente da polícia de Berlim, conde Wolf Heinrich,
anunciou que toda a população judia havia sido desarmada com o confisco de
2.569 armas curtas, 1.702 armas de fogo e 20 mil cartuchos de munição...”
Governos bem intencionados – se existem –
foram vítimas dos tais cadastros nacionais de armas. Tchecoslováquia e Polônia
adotaram o cadastro, antes da invasão das tropas germânicas. Alguns oponentes
ao regime sumiram no meio da noite.
O Brasil petista adota o registro e
confisco de armas, seguindo as mesmas orientações de regimes autoritários.
Aparentemente, bem intencionado, mas, no fundo, desarmando também o país.
Quem condena a violência, praticando
violência, aprova a violência. E quando o cidadão tenta apenas defender sua
vida, seu patrimônio, sua família, enfim sua dignidade renega a fé cristã?
Perdoe-me, tenho de visitar mais um amigo assassinado.
Caro José Maria Vasconcelos:
ResponderExcluirEstou com você inteiramente no que tange ao tema abordado na sua crônica.
Você é um cronista de mão cheia, mas um cronista doublé de jornalista, o que, mu tas vezes, só faz enriquecer seu potencial de expressão no tratamento dos temas que explora com a seriedade e a indignação dos homens de bem e corajosos.
Parabéns pela sua grande e cívica contribuição ao jornalismo do Piauí que, através desse maravilhoso instrumento de comunicação, a internet, tem difundido com talento suas posições sobre uma diversidades de temas da vida brasileira.
Cunha e Silva filho