Pastores evangélicos abraçam Roma
José Maria Vasconcelos
Cronista, josemaria001@hotmail.com
O protestantismo ultrapassa 20 mil divisões no mundo.
Quantas? 20 mil. Uma simples divergência teológica entre pastores pode eclodir
nova igreja. Acrescentem-se ainda motivos de ambições pessoais, inclusive
financeiras, cisma atrás de outro.
Igrejas, especialmente as mais antigas, muito contribuem para
a formação cristã, especialmente dos jovens. Entretanto, nos últimos tempos,
fundam-se templos até em fundos de armazém; tempos depois, rompem fronteiras,
atingem continentes, pregam multiplicação dos pães e peixes, milagres
fantásticos de duvidosa credibilidade e conveniência divina.
Neste cenário de tantos donos de igrejas, brilhante pastor
americano, Scott Hahn, começou a questionar os verdadeiros fundamentos bíblicos
para tanta confusão e interpretações. Observou que a Igreja Católica, apesar
dos deslizes cometidos através dos séculos, continua unida, sob a batuta de um
chefe cognominado Papa, bem como o clero, que não são donos de nada.
Pastor Scott, nasceu em 1965, ex-membro da Igreja Presbiteriana,
apaixonado pelos estudos bíblicos, desde jovem, letrado, professor
universitário, vários livros publicados; o mais recente, TODOS OS CAMINHOS
LEVAM A ROMA. Catedrático, Direito e Economia, PHD em Teologia Bíblica. Não só
se dedicava a interpretar as Escrituras, segundo a teologia protestante, mas
pesquisava doutores da Igreja Católica, como Tomás de Aquino, Santo Agostinho e
Santos Padres dos primeiros séculos do cristianismo, além das encíclicas
papais. Aprofundou-se nos temas referentes à ALIANÇA de Deus com os homens, a
partir da Criação, que se estendeu pelos patriarcas, completando-se com Sagrada
Família, a tarefa da Virgem Maria, as pregações de Jesus Cristo, a constituição
de sua Igreja e exigindo união, “um só rebanho e um só pastor”, a quem prometeu
assistir até o fim dos tempos, acompanhada pelo Espírito Santo. A família,
símbolo da ALIANÇA. O Mestre, na última Ceia, consagrou o pão e vinho,
elementos essenciais e saudáveis na cultura humana: “Isto é o meu corpo... o
meu sangue da Nova Aliança... Fazei isto em memória de mim”. Além desse tema,
Scott centrou-se em Maria e na exagerada devoção dos católicos, enquanto
protestantes a eliminam do plano da salvação. Sua esposa Kimberly Hahn,
evangélica radical, quase se divorcia do marido, por turbulências religiosas.
Scott batizou-se no catolicismo, depois de cinco anos de reflexões e
discussões, em casa e no convívio presbiteriano. Perdeu empregos nos centro
educacionais evangélicos, demorou o reconhecimento no meio católico. Sua
decisão, depois a da esposa, custou-lhes isolamento e crise financeira.
Scott recebeu convite do Papa Bento XVI e de dezenas de
bispos para lecionar em centros universitários em diversos estados americanos.
Atraiu mais de cinquenta pastores para o catolicismo. No livro, TODOS OS
CAMINHOS LEVAM A ROMA, o casal convertido narra todo o processo da
transformação. Escrevem e ministram palestras, mundo afora, sobre família,
oração, liturgia, Bíblia, Nossa Senhora, sacramentos. Cá entre nós, até eu me
converti a algumas ideias desse notável ex-pastor.
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