O Pequeno
Hélio Soares Pereira
É noite fria
de vento forte
e pequenas mãos
roxeadas
apertam os joelhos
contra a barriga vazia
E tenta adormecer
E tenta esquecer
a fome do dia
Não é casa
nem barraco
onde o pequeno
lavador de carro
dorme
como vagabundo
É debaixo do banco
da parada de ônibus
no abandono dos pais
na indiferença do mundo
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