Mário de Andrade visto por Anita Malfatti. Fonte: Google |
MODERNISMO BRASILEIRO: A DIMENSÃO QUE LHE FALTOU (CONCLUSÃO)
CUNHA E SILVA FILHO
6. CONCLUSÃO
É ponto
pacífico que o Modernismo brasileiro foi o grande emancipador da literatura
brasileira, sobretudo pelo que pôde realizar e de atualizador da realidade
nacional, aproximando-se, se não do povo, ao menos de nossos crônicos problemas
sociais.
Não é possível que a esta altura do desenvolvimento
alcançado pelo país, posto que com tantas desigualdades e injustiças gritantes,
a surrada questão xenófoba possa tomar força entre defensores nacionalistas
provincianos que não vêem na troca de cultura a vantagem de países se
beneficiarem mutuamente. O que seria reprovável é a completa passividade do
povo em geral de só valorizar voluntariamente, ou por influência de um
colonialismo cultural ainda arraigado e reforçado pelo globalização da mídia, o
que é de fora, sejam teorias modas, produtos ou lazer.
Repensar o movimento Modernista a partir da perspectiva do
povo, tanto como sujeito de nossa realidade como voz narracional é um passo
decisivo para integrarmos o movimento em suas raízes autônomas que pudessem
continuar nessa direção o filão inaugurado por Manuel Antônio de Almeida,
passando – por que não? – por Machado de Assis (1839-1908), Lima Barreto
(1881-1922), Marques Rebelo (1907-1973), Antônio Fraga (1916-1973), e
alcançando resultados brilhantes em João Antônio.
Os conceitos de Modernismo e Modernidade não podem ser
dissociados de pressupostos econômicos e culturais, mas também não são
corolários indispensáveis ao desenvolvimento só pelo caminho do neoliberalismo.
Entretanto, nos parece que os tentáculos neoliberais procuram instilar nos
espíritos menos avisados que as premissas da Modernidade devam sempre estar nas
promessas da economia programada além fronteiras. É possível ser moderno sem
ser neoliberal e sem ser tampouco xenófobo.
7 . REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.
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