As rodas de São
Gonçalo
Elmar Carvalho
Recebi a visita
do professor Alexandre Costa. Fazia meses que não o via. Estava feliz, porque
fora eleito delegado de Regeneração em um congresso cultural e porque irá
cursar mais uma especialização. Lembrei-lhe que, desde que assumi a Comarca de
Regeneração, tanto para pessoas com interesse cultural, como nos eventos
culturais de que tenho participado, venho defendendo a ideia de que o município
deve restaurar os folguedos das danças e cantigas de São Gonçalo.
Tenho dito que,
bem ou mal, o folguedo bumba meu boi vem sendo preservado, tanto na capital
como em vários municípios do estado. Defendo que em terras gonçalinas, mormente
em Regeneração, cuja matriz foi erigida sob a invocação desse santo alegre,
violeiro e festeiro, o grande diferencial seria o cultivo das rodas de São
Gonçalo, que outrora eram praticadas em vários municípios.
Já observei que
Amarante, situada a dezoito quilômetros de Regeneração, vem preservando as suas
tradições, a sua cultura e os seus folguedos, como a dança do cavalo piancó, as
danças portuguesas, o seu patrimônio arquitetônico, que é um dos mais ricos do
Piauí, o cultivo do poeta maior Da Costa e Silva e da literatura amarantina.
O professor
Alexandre revelou-me que, para minha satisfação, a comunidade de Morro Branco
vem realizando as rodas de São Gonçalo, e que, de uniforme novo, patrocinado
pelo município, fez bela apresentação no dia 2 de dezembro passado. Contou-me
que o Ponto de Cultura de Regeneração, dirigido pelas Irmãs Franciscanas,
conseguiu aprovar o projeto “Fulô de Piqui”, que contempla, entre outras metas,
o apoio e incentivo a esse grupo gonçalino de Morro Branco, para que a dança e
as cantigas de São Gonçalo voltem a ter a pujança que já tiverem no passado.
E isso fará jus
à história da Vila de São Gonçalo da Regeneração, outrora habitada pelos índios
gueguês e acoroás, que tanto gostavam de cantar e dançar, como igualmente
gostava o padroeiro São Gonçalo, conquanto para finalidades pias.
4 de março de 2019
Valeu, Dr. Elmar, por este belo lembrete do folclore daquele boa região. Já estive presente em festa de São Gonçalo, a bastante tempo, no município de Água Branca, e achei bem interessante. Bom domingo.
ResponderExcluirObrigado, caro amigo e poeta Francisco Almeida.
ResponderExcluirAinda vi, em minha infância, rodas de São Gonçalo.
Mas, infelizmente, várias manifestações folclóricas estão desaparecendo, com exceção, no Piauí, do Bumba meu boi e das Quadrilhas (de São João), sendo que hoje mais proliferam as de bandido, de colarinhos branco ou não. Aliás, deveriam ser de colarinhos podres ou enxovalhados.