POEMA DE FINADOS
Manuel Bandeira
Amanhã que é dia dos mortos
Vai ao cemitério. Vai.
E procura entre as sepulturas
A sepultura de meu pai.
Leva três rosas bem bonitas.
Ajoelha e reza uma oração.
Não pelo pai, mas pelo filho:
O filho tem mais precisão.
O que resta de mim na vida
É a amargura do que sofri.
Pois nada quero, nada espero.
Em verdade estou morto ali.
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