sexta-feira, 7 de fevereiro de 2020

DALILÍADA

Fonte: Google


DALILÍADA

(poema épico inspirado na vida e na obra de Dalí)

Elmar Carvalho

           XXXVII

O discóbolo do cosmo
em vigorosa e rigorosa torção
arremessa o disco do Sol
para uma outra desconhecida dimensão.

           XXXVIII

A sede de infinito foi tão grande
que as asas dos anjos cresceram tanto
e tanto pesaram que esses entes alados
não mais voaram.

           XXXIX

Galamante!      Galamada!      Galáxia!
Galáctica!         Galharda!        Galatéia!
Gala!                  Gala!               Gala!
                            Galante galardão de
galáxias de pérolas de conchas bivalves
extraídas dos cornos dos unicornes.
Triunfo de Gala(téia) de novo mito
em teu trono de peças justapostas
       –intocáveis entre si –
te sentas nuamente recatada
       – mas todavia suspensa –
em teu gesto delicado de mulher.

           XL

Evoé Baco e bacantes!
Os vinhos mais finos
emanam do bigode de Dalí
onde os relâmpagos do gênio
são paridos – onde os raios
celestes são (a)colhidos por
Salvador Felipe Jacinto Dalí.  

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