LIVRO E DISCOS VOADORES
Elmar Carvalho
Anteontem aconteceu o lançamento
de “Seleta em Verso e Prosa” de Alcenor Candeira Filho, meu amigo há mais de
trinta anos. Nutrimos uma admiração e respeito recíprocos. Já há algum tempo
lhe “cobrava” uma antologia que contemplasse também seus textos mais antigos, que sempre admirei, e
que achava importantes pela “parnaibanicidade” de que estavam impregnados.
O Antônio de Pádua Ribeiro dos
Santos, excelentemente, apresentou a obra, através de texto em formato de
crônica. O Alcenor fez algumas contextualizações e esclarecimentos necessários.
Em suma, foi uma grande festa, de cultura e de congraçamento, em que pude rever
caros amigos. Estou me refestelando com os belos textos enfeixados na
antologia. No decorrer do farto coquetel, conversei com o amigo e poeta Jorge
Carvalho, e admirei, mais uma vez, a sua memória prodigiosa.
Disse-me que, entre os guardados
de sua mãe, descobriu um pequeno convite para a missa de sétimo dia de minha
irmã Josélia, tragicamente morta no esplendor de seus quinze anos, em desastre
automobilístico, em 2 de julho de 1978. Em determinado ponto, falamos em almas
ou espíritos, já que o Jorge é espírita convicto e praticante. Das almas
derivamos para discos voadores.
A escritora Dilma Pontes nos
instigou a contarmos algum caso sobre esses objetos voadores. O Jorge, que é
meu amigo faz mais de trinta anos, desde quando ele ainda era estudante
universitário no Recife, e me dava o prazer de visitar-me nos Correios de
Parnaíba, quando vinha de férias, lembrou-se de que eu tinha uma antiga
experiência a esse respeito. Narrei o fato que me aconteceu.
Eu fora com o Reginaldo Costa, do
jornal Inovação, levar um recado do sociólogo Antônio José Medeiros a uma
pessoa que morava perto de Chaval (CE). Fomos em minha motocicleta. Quando
voltamos, em certo ponto da estrada, já noite fechada, vimos umas luzes, arredondadas,
mais ou menos da altura do teto de uma casa, no meio do breu total da noite.
Parei a moto. Eu e o Reginaldo olhamos essas luzes sem nenhum receio.
As luzes pareciam suspensas sobre
uma grande árvore, como bolas natalinas, porém maiores que estas. Logo
descartei todas as possibilidades “lógicas”: não eram fagulhas de fio elétrico
encostado em folhas, porque elas caem, são avermelhadas, pequenas, efêmeras e
não são redondas; não podiam ser folhas, flores ou brotos fosforescentes,
porque estes são de baixa luminosidade e também não têm forma arredondada
definida, e por estas mesmas razões não poderiam ser fogos-fátuos, que, além do
mais, oscilam ao sabor do vento.
Achei prudente prosseguir em
direção a Parnaíba. Chegando ao povoado Olho d'Água, resolvi parar em um boteco
que havia na beira da estrada, que achei simpático por imitar um carroção
antigo, todo de madeira. Tomamos umas três doses de pinga, pagamos algumas para
umas pessoas presentes, e contamos o caso. Dissemos a que distância ocorrera.
Os nativos nos informaram que no
local indicado aconteciam alguns fatos misteriosos, e que ali já apareceram
alguns animais mortos, inclusive jumentos, como se tivessem sido sugados ou
drenados; não apresentavam uma gota de sangue. Com efeito, o imaginário popular
fala em certos “chupa-cabras”, uma espécie de vampiros vindos do espaço
sideral.
Não conversei mais sobre este
assunto com o Reginaldo. Parecia termos feito um pacto de silêncio. Contudo,
uma única vez, muitos anos depois, puxamos esse caso. A lembrança que eu tinha
era a mesma que ele conservava, o que parece dar credibilidade à história, que
asseguro ser verídica. Não tenho explicação para o acontecido, mas os mistérios
são mesmo sem explicação. Caso contrário, não seriam mistérios.
22 de abril de 2010
Chupa-cabras fez histórias nessa época
ResponderExcluirÉ, caríssimo poeta, não podemos duvidar da existência de extraterrestres e de suas visitas ao nosso planeta!!! Sua experiência foi bem real! E ainda bem que eles não resolveram fazer com vc é seu amigo, o que fizeram com os jumentos e cabras!!!
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