Uma das edições de O Piagüí |
O PIAGÜÍ – UM JORNAL CULTURALISTA
Elmar Carvalho
Recebi o jornal culturalista O
Piagüí, ano III, nº 33, cujos diretores de conteúdo são Daniel Castelo Branco
Ciarlini e Claucio Ciarlini Neto. Admiro sua linha editorial. Noto que é
desprovida de interesses menores, alheia a ciúmes existentes em grupos, e
sobretudo tenho observado que os seus diretores não são obsessivamente ciosos
de suas próprias produções; ao contrário, sabem reconhecer o valor dos outros,
sem importar a que gerações pertençam. Até mesmo escritores já falecidos e um
tanto esquecidos têm sido lembrados em suas páginas.
Tenho visto o esforço desse órgão
de comunicação em preservar a memória histórica do Piauí, através de matérias
que sintetizam a história de vários municípios, assim como outras que tem
divulgado os sítios arqueológicos e espaços culturais de nosso estado. Em suas
folhas têm sido estampados contos, crônicas e poemas, além de pequenos ensaios
e entrevistas.
O periódico tem envidado notável
esforço em preservar a lembrança dos homens ilustres do Piauí e de Parnaíba,
que se destacaram nos mais diferentes campos da atividade humana, seja
empresarial, político, cultural, artístico ou literário. Considero os que fazem
O Piagüí, tanto o jornal impresso como o portal de mesmo nome, como jovens
idealistas, despojados de mesquinhas vaidades, egoísmos e egolatrias, que
através da arte e da cultura buscam um mundo melhor, mais justo e mais
fraterno.
Inevitavelmente, observados a
contextualização histórica, as idiossincrasias de cada componente, a grande
diferença tecnológica dos dias atuais e a dos anos 70 e 80 do século passado e
o regime político de então e de hoje, comparo esses moços de boa vontade aos
que fizeram o jornal Inovação, pela força de vontade, abnegação e idealismo.
Muitos dos componentes de ambos os jornais são ou foram literatos – contistas,
cronistas, ensaístas e poetas.
Dentro da realidade parnaibana, é
como se, simbolicamente, os “inovadores”, na corrida de revezamento da vida e
das gerações, tivessem passado o fogo sagrado da cultura e do idealismo aos
“piaguienses”. Para mim, com sinceridade devo confessar, a equipe do Piagüí é a
mais brilhante geração surgida após o Inovação, sobretudo porque infensa a
radicalismos e individualismos tacanhos e improdutivos.
16 de julho de 2010
Prezado escritor, poeta e prosador, Elmar, seu comentário ao O Piaugui sempre será uma necessidade, considerando a nossa natureza contraditória, em q o Ego persiste em se sobrepor ao EU. Aí emergem a tendência a priorizarmos o negativo e o condenável no outro, a injustiça e a intolerância pra realçar o danado do Ego eriçado. Tolerância, compaixão e perdão são a chave pra neutralizar esses arrufos, mas, para tanto, teremos que evoluir pelo menos ao nível de um cristão praticante.
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