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PAULICEIA
Elmar Carvalho
Do apartamento
assistia sitiado
a antipanaceia destrambelhada
da Pauliceia Desvairada
escaramuçando e rugindo
lá em cima
lá embaixo
para todos os lados,
pela boca fumarenta fedorenta
das chaminés e dos canos de descarga,
pela boca nojenta gosmenta dos esgotos
que escarram e vomitam no Tietê,
pela boca de morte
das sereias angustiadas que gritavam,
pela boca fedida
da namorada que brigava,
pela boca ferida
do namorado que revidava,
pelos braços apressados
que bracejavam elétricos,
pelos passos ansiosos
que esperneavam frenéticos
no dinamismo maluco
da vida fremente premente
que me assustava e angustiava
fechado e fugitivo
no apartormento.
Como sempre, poeta, mais um ótimo poema! 👏👏👏👏
ResponderExcluirTexto Bom, bem construído, no estilo Elmariano, embora fumaçento pelo monóxido saído dos escapamentos veiculares e mal cheiro dos esgotos Tietenses, mas não fosse assim com esta alegoria só existiria um texto sem cheiro. Avoé Poeta.
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