Uma noite gurgueana
Elmar Carvalho
Na sexta-feira ocorreu a
solenidade de posse de Jesualdo Cavalcanti Barros, que passou a ocupar uma das
cadeiras da Academia Piauiense de Letras. Foi uma verdadeira noite gurgueana.
Estavam presentes vários de seus parentes e amigos, além de muitos de seus
conterrâneos. O presidente do sodalício, Reginaldo Miranda, é também das ribas
gurgueanas, mais precisamente de Bertolínia.
Durante quase quatro anos,
semanalmente, eu passava por essa
cidade, quando era alta madrugada, a bordo de um velho e empoeirado ônibus da
Princesa do Sul, quando ia para a longínqua Comarca de Ribeiro Gonçalves. Reginaldo
em sua breve, porém entusiasmada palavra, exaltou a cultura dessa região e
enalteceu os seus principais representantes. O novel acadêmico, que escreveu o
notável livro Memória dos Confins, falou sobre os primórdios históricos dessa
plaga dos cerrados piauienses.
No seu entendimento, a
colonização do Piauí começou por lá, usando como fundamento o fato de que as
primeiras sesmarias estavam ali encravadas, bem como a circunstância de que
parte dessa região se limita com a Bahia, e consequentemente era o local mais próximo
da famosa Casa da Torre, de onde teriam saído os primeiros desbravadores de
nosso território.
Falou dos homens ilustres do
Gurgueia, sobretudo aqueles que pontificaram na cultura e ocuparam cadeira de
nossa academia. Elogiou, com muita ênfase o seu antecessor, João Gabriel
Baptista, em suas várias atividades, mormente como administrador público competente
e probo, como professor talhado para o mister e como historiador e geógrafo de
nosso estado, que muito contribuiu com seus livros para a elucidação de fatos e
aspectos dessas duas matérias, trazendo novidades, e não repisando fatos já
sabidos e já escritos.
O escritor Oton Lustosa, que lhe
fez a saudação, fez o seu justo elogio, lhe louvando as qualidades de homem
público e de historiador. Também enalteceu a história dos confins gurgueanos,
exaltando seus filhos ilustres, mormente os que palmilharam os caminhos da arte
e da literatura.
Foram dois excelentes discursos,
que bem merecem ser recolhidos em livro. Não posso deixar de dizer, sob pena de
esta nota ficar incompleta, que o coquetel foi farto, variado e delicioso.
10 de agosto de 2010
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ResponderExcluir👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼
ResponderExcluirMuito obrigado.
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