domingo, 25 de maio de 2025

O POETA E O INSETO

Fonte: Google

 

O POETA E O INSETO


Elmar Carvalho

 

Uma música longínqua

e melancólica cria ressonâncias

na concha acústica de minha alma.

A bebida eu a tomo em longos goles.

Um inseto pousa sobre

a mesa e me faz companhia.

Sorve um trago da porção/poção

(derr)amada. E se embriaga.

A tristeza imensa me deixa cruel:

enxoto o pobre inseto bêbado que

ensaia um atropelado voo. E cai.

A tristeza continua a crescer e a cair

em minha alma como infiltrações de estalactites

em (f)urna mortuária ..........................................

5 comentários:

  1. Estamos acostumados a nos livrar dos seres menores, que muitos nem precisam estar num momento angustiante de fossa. Além do nojo, há o medo, o incômodo.
    Para o Escritor, tudo é motivo para um texto. Nem sempre paramos para averiguar a importância de cada ser vivo. Na sua crônica há o indícios de que o Escritor estava num mau momento, contudo, existem tantos insetos que nos incomodam, que queremos afastá-los de todas as formas. A paz nem sempre possível, provoca todo tipo de reação.
    Mas, o que me chama a atenção nesta elucubração é que, a crônica ou conto, pois deparo-me com uma tragédia ou social, quem sabe psicológica, em que o inseto, mais do que companhia, deseja matar a sede ou fome e num voo razoável tomba morto.

    ResponderExcluir
  2. Texto acima Wilton Porto

    ResponderExcluir
  3. O POETA E O INSETO - Trata-se de uma poesia arquitetada, bem trabalhada e, porque não dizer, esteticamente produzida. Da Costa e Silva, tem diversos cantos dedicados à flora e à nossa flora (como é o caso do "BESOURO"). Digo, sem exagero, esse seu trabalho poético é de rara feitura. Parabéns, meu poeta, hoje foi um bom início de dia.
    Virgílio Queiroz fez o comentário acima.

    ResponderExcluir
  4. Muito obrigado, caros poetas Wilton Porto e Virgílio Queiroz.

    ResponderExcluir
  5. Muito obrigado, caros poetas Wilton Porto e Virgílio Queiroz.

    ResponderExcluir