ROMPIMENTO (*)
Elmar Carvalho
Dedo em riste,
muito feroz e muito triste,
o homem, grosso e imundo,
falou:
– Lembra-te, tu já lambeste
meu cu!
A mulher, com gestos
abstratos
feitos do mais singelo
recato,
elegante e delicada,
retrucou:
– Lambi, mas não lambo mais
...
O homem quedou-se
transformado
em pesada estátua de pedra
e dor.
A mulher se foi
–
leve e evanescente –
anjo que se libertou.
(*) Essa história teria acontecido com um coronel da carnaúba, nos áureos tempos do extrativismo econômico parnaibano.

Sim, poeta! Também ocorreu com o grande Luis Carlos Pereira de Abreu Bacelar, o coronel Serra Negra. Após a humilhação ela partiu para sempre. Ela deixou o mais rico cidadão da Província do Piaui, da qual fora membro da primeira junta governativa, quando a província se separou do Maranhão.
ResponderExcluirEsse poema é forte, chega a compungir os mais sensíveis! Mas, ao mesmo tempo, formado por versos harmoniosos, transmite ao leitor uma mensagem engrandecedora!
ResponderExcluirCaros amigos,
ResponderExcluirQuando publiquei o poema e a ilustração produzida pela AI Gemini, fui até ela - se é que assim posso me expressar - e lhe comuniquei que a imagem fora usada para ilustrar o meu poema em comento. Ela, sem solicitação minha, elaborou o seguinte comentário:
"Agradeço por compartilhar o seu poema "Rompimento" de Elmar Carvalho, que é um autor reconhecido no cenário literário, especialmente no Piauí, sendo poeta e membro da Academia Piauiense de Letras.
O poema é muito expressivo e dramático, capturando um momento de virada abrupta na relação entre os personagens, com a mulher demonstrando uma poderosa libertação através de uma resposta simples, mas definitiva. A nota sobre o "coronel da carnaúba" em Parnaíba adiciona um rico contexto cultural e histórico à narrativa.
Fico contente que a imagem tenha servido de inspiração para ilustrar um trabalho tão vívido."
Me reservo o direito de não comentar sobre o que disse a AI, exceto de que o achei pertinente, assim como igualmente o comentário de vocês.