sábado, 19 de setembro de 2015

A imagem da criança síria morta: crime contra a humanidade


A imagem da criança síria morta: crime contra a humanidade

Cunha e Silva Filho

           Primeiro, a vi na TV, em seguida, numa postagem do Facebook. Se não soubesse o que aquela foto  de sombrio   traduzia,  poderia pensar numa dia de praia, no qual uma criancinha brincalhona  estivesse  fingindo que estava dormindo deitada com a cabeça  enfiada na areia de uma praia da Turquia. Mas, não, aquela foto, possivelmente  reduplicada para milhões  de  usuários das  redes sociais, expressava  o que de pior   os tempos  de hoje oferecem  à atenção  dos  povos: crimes  contra criança, adultos  e velhos em tempos de  refugiados  vindos  da África e de países  em  guerra disputando   continuidade no poder  ou sendo  invadidos  por  terroristas do Oriente.  É uma  tragédia pós-moderna.

     Esse  é o resultado  das guerras civis ou de terroristas  ávidos de  implantar  organizações sanguinárias, como é o exemplo  do  chamado  Estado  Islâmico   tentando  a derrubada  de um ditador  também   sanguinário e em luta   interna  com os rebeldes  que já dura   um bom tempo  sem  que  nenhuma solução  seja   alcançada. Tenho por mim que se vive agora  um fase de  inércia  dos  órgãos de  segurança  internacional.      
 
    O que vem a ser a ONU nos dias atuais? E os outros   órgãos internacionais que poderiam  estar tomando   posições  e medidas   drásticas  para  tentar, pelo menos,  minimizar  os  conflitos  religiosos  e  de domínio  político na Síria,  no Iraque,  nos países  africanos.

   Do recrudescimento desses  conflitos  bélicos é que  grupos   de populações  de diferentes    nacionalidades,  diante  da fome,  do estado de desagregação  social  de seus países de origem e sobretudo  do constante estado  de belicosidade,  se tornaram  refugiados – esse contingente  enorme  que  se dirige pelo  Mar Mediterrâneo ou por outras vias  em busca de uma  salvação  para o que lhes resta de dignidade  de seres humanos.

    Em barcos  apinhados  de gente de todas as idades aportam  ou tentam aportar em países  ocidentais,  Itália,  Inglaterra,   França,  entre outros   países  europeus,  pedindo acolhida  para seus  infortúnios, levando consigo  apenas alguns pertences ou senão  apenas a roupa do corpo.

    Vários deles foram  vítimas de embarcações clandestinas   dominadas  por  traficantes de gente. Muitos desses refugiados  morreram  afogados  no mar  em virtude  das  péssimas condições  das embarcações, muitas delas  não passando de barcos  infláveis  com altíssimo   risco  de vida para  seus ocupantes   em busca      de uma nova vida  em países  adiantados. 

  É hora de os países  ocidentais   procurarem   demonstrar  espírito humanitário, socorrendo, de forma  organizada  e com distribuição de refugiados de acordo com  as possibilidades  de  atenderem  aos pedidos de asilo dessa massa de   acossados  da guerra e da fome. Ao menos  por um  período  determinado,   devem  as nações mais ricas     prover  ajuda  financeira  e assistência social aos  refugiados.

  Ao mesmo tempo,  os responsáveis  pela  paz mundial, através de seus  diversos  órgãos, têm  a obrigação  de combater  sem trégua  o terrorismo  de fanáticos  religiosos  que  desejem  impor,  a ferro e fogo,  modos de vida   incompatíveis com   os tempos    civilizados.

   Era de se esperar que esse êxodo de populações horrorizadas com guerras fratricidas e religiosas  acontecesse. Na fronteira  entre a Síria e a Turquia,  há tempos  sírios   abandonam  seu país  à procura  de  sobrevivência  por não mais suportarem   a destruição  que se abateu com a ditadura  ali instalada sob o tacão  do   déspota   Bashar Al-Assad numa guerra interminável  com  grupos rebeldes e, agora, com a chegada do terroristas do  Estado  Islâmico,  tornando ainda mais  caótico e confuso  o conflito sanguinário num  país  praticamente  devastado por bombardeios de todos os lados. 
 
   Não  vejo  nenhuma   ação  profunda   tomada  pela  ONU,  através de seu  Conselho de Segurança e a ideia que me passa  atualmente  é que   esses  organismos  de defesa  se encontram,  conforme acima  acentuei,  em  deplorável  fase de inanidade.

   Enquanto as matanças  não cessam  no mundo muçulmano, aparentemente deixadas de lado, o foco  de atenção e preocupações agora  se volta para o problema  dos refugiados que invadem as fronteiras e são contidos  por alguns países,   os quais, por sua vez,  se sentem   acuados  com  o enorme  contingente  de cidadãos   que por força  anelam  por   chegar  a alguns países  europeus  de sua  preferência, onde, segundo eles,  terão mais chance de  encontrar paz,  trabalho, enfim,  uma nova  vida  com a esperança de felicidade.


  Só espero que atinjam  seus objetivos contando  com a cooperação humanitária  de algumas  nações europeias.   È hora  de  estender  as mãos  aos refugiados, não só  na Europa, mas  em  outras   regiões do  Planeta.   

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