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Desumanos Tempos
Claucio Ciarlini (1981)
Quando não mais
restar amor nenhum
E o mundo de ódio
for estabelecido,
Os anos de
escuridão nos farão relembrar
Do tempo em que os
valores humanos
Ainda possuíam
certa relevância.
Quando não mais
restar amor nenhum
E o cristianismo
radical for a lei,
Os castigos aos
diferentes farão lamentar
Toda uma massa que
hoje jaz moribunda
Por promessas
nascidas da ignorância
Quando não mais
restar amor nenhum
E o vil metal for
definitivamente adorado
O brilho intenso e
cruel, nos fará enxergar
Os milhares de
escravos acorrentados
Presos pelo vicio,
destinados à subserviência
Quando não mais
restar amor nenhum
E a escolha das
formas de se apaixonar for restrita
As perseguições
aos hereges farão sangrar
Até mesmo aquele
que hoje com os olhos condena
Pois também verá
dos seus, a queimar por desobediência
Quando não mais
restar amor nenhum
E o ensino
novamente nos tornar zumbis,
O angustiante som
da palmatória fará clamar
Por dias em que o
dialogo seja de novo uma opção
Prevalecendo o
lúdico e o afeto, ao invés da violência
Quando não mais
restar amor nenhum
Que Deus então nos
perdoe,
Pelo esquecimento
de tudo que um dia ele pregou.
(2018)
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