quarta-feira, 21 de julho de 2021

DR. ALFREDO NUNES E MEU DISTINTIVO DA CBF

 

José Nunes Neto, Reinaldo Torres, Alfredo Nunes, Celso Carvalho e Herculano Moraes (falecido), membros da Academia Piauiense de Futebol, em foto de 2018. Fonte: Google


DR. ALFREDO NUNES E MEU DISTINTIVO DA CBF


Elmar Carvalho


Esteve no fórum, tratando de assunto processual, o Dr. Alfredo Nunes, ex-prefeito de Regeneração, ex-deputado estadual, em várias legislaturas, e procurador de Justiça em inatividade. É o atual venerável da Loja Maçônica Tabelião Manoel Isaac Teixeira. Seu pai, Gonçalo Nunes, empresário, também foi prefeito e deputado à Assembleia Estadual. É casado com a professora Teresinha Nunes, que foi reitora da Universidade Federal do Piauí, há 57 anos.

Segundo me foi revelado, em outra ocasião, recusou-se a ficar recebendo proventos, como parlamentar aposentado, o que é um fato raro em nosso meio. Também ouvi falar que, em sua época, teria sido o único prefeito a receber honraria do Tribunal de Contas do Estado, em virtude de haver tido todas as suas contas aprovadas. Não tive tempo de conferir essas informações. Deixo que o leitor diligente o faça.

Foi dirigente esportivo no Piauí durante vários anos. Quando era prefeito de sua terra natal, foi convidado pelo ministro da pasta do Esporte a ir a Brasília, com a finalidade de assumir, interinamente, a presidência da Confederação Brasileira de Futebol, no impedimento do titular, Ricardo Teixeira, que estava de licença médica. Disse não ter interesse, em virtude de seu cargo de chefe do Poder Executivo local.

O ministro insistiu, e disse tratar-se de um pedido pessoal do presidente da República, que estava preocupado com a classificação da Seleção Brasileira na etapa eliminatória da Copa do Mundo. Conversou com Fernando Henrique Cardoso e terminou aceitando a missão.

Por recomendação pessoal sua ao técnico, um jogador renomado, mas que não estava atuando bem, não foi escalado, e o certo é que em sua gestão o Brasil terminou obtendo a classificação. Quando ele me brindou com um distintivo da CBF, que muitas vezes tenho usado na lapela do terno, disse-me que me ofertava o mimo em virtude de eu haver sido um bom goleiro do futebol amador. Como não sou cabotino, não direi se concordo com o que ele disse.

Em 1957/1958, estando residindo no então povoado de Papagaio, hoje cidade de Francinópolis, em virtude de nomeação para cargo do antigo Departamento de Correios e Telégrafos, com raríssimo meio de transporte para Teresina na época, meu pai “pegou” uma carona no jipe do Dr. Alfredo, que era deputado estadual, até a localidade Estaca Zero, onde era mais fácil conseguir transporte rodoviário para a capital.

Meu pai, que na época era guarda-fio, sozinho, no lombo de um cavalo, percorreu, várias vezes, a solidão formidável da Chapada Grande, de Papagaio ao Alto Sério, já no município de Regeneração, a contemplar os soberbos pequizeiros, vergados de frutos, e as floradas luminosas dos paus-d'arco, a balouçarem à brisa, como lustres dourados de imponentes catedrais.

24 de fevereiro de 2010

5 comentários:

  1. Amigo Elmar,
    Parabéns por mais uma excelente crônica, que versa sobre nossa gente.
    Cordialmente,
    Ben-Hur Sampaio

    ResponderExcluir
  2. Só resta saber, depois de tudo, se o amigo teve fama de goleraço.

    ResponderExcluir
  3. Desculpe-me: texto acima de Wilton Porto

    ResponderExcluir
  4. Não, caro Wilton, porque aos dezenove deixei de jogar, e vim para Parnaíba, onde pouco depois fui trabalhar nos Correios e fazer faculdade. Mas os que me viram jogar afirmam que fui um bom goleiro. E só atuei no futebol amador. Mas, cá para nós, eu fazia as minhas pontes e dava umas enfeitadas. KKKKK.

    ResponderExcluir