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JÁ LÁ SE VÃO CENTO E SESSENTA
E NOVE ANOS TERESINA
Antônio Francisco Sousa – Auditor-Fiscal (afcsousa01@hotmail.com)
Por que isso?
Repiques, som, luz, cores; algazarra e tambores? É que estamos em festa. Como
pano de fundo, um amor profundo. Inteiro em nosso peito cabe o mundo: o tempo,
a hora, o minuto, o segundo. Não mais janelas abertas ou moçoilas pudicas
criando arestas, espreitando pelas frestas. Infelizmente, já não mais estão lá
as belas. Boates, pubs, shoppings: neles, elas esperam por eles, ou, eles por
elas. Cento e sessenta e nove anos de história, de glórias; às vezes,
inglórias.
Ah! Saudosa memória: o Rio Parnaíba,
silente, a passear; a caminho do mar; solto, livre, como uma criança a nadar.
Agora, Velho Monge a se arrastar, pesadamente, parece lhe faltar o ar.
Encanecido e sem forças, mal sai do lugar. Outrora, torrentes, enchentes;
estraçalhava tudo em correntes; subia em margens e cais, fingindo-se de
inocente; depois, vagava contente, feliz, renitente, desobediente. O irmão
menor correndo ao lado, animado, calado, ensimesmado. Esperando, com enfado, a vez
de ser convidado a se juntar ao mano, para o passeio desejado. Ainda lembras?
Quão bom era vê-los, bonitos, fortes, audaciosos, levados. Admito: dói remexer
no passado.
Mas, quem disse
que cabe o choro, o desdouro? Resta-nos colher os louros. Do solo, os prédios
saindo, aos borbotões, subindo ao céu, sem fim. Magros, parrudos ou esguios;
belos, modernos; rostos pintados ou com frontes de mármores frios. O progresso,
é certo que entendes, não é o contraste, faz parte: é resultado de engenho,
labor e arte. Deves te orgulhar: tens um povo hospitaleiro, altaneiro,
sobranceiro; ligeiro no bom trato, alegre, afável, fagueiro. Lembranças:
naquele, certamente, quente dia dezesseis de agosto, de mil, oitocentos e
cinquenta e dois tu nasceste. Estás
aniversariando: é este o motivo de tanta festança. Talvez nem ribombem
foguetes, fogos queimem ou crepitam, mas as estrelas luzem. Tudo isso traduz
nossa esperança de um futuro sem mistério, realizador, do qual cada um de nós
deve se tornar senhor.
Certo é que, por mais
que haja do que reclamar, mais há para comemorar. O que passou ou mudou, não
tem jeito, e o que Deus fez perfeito ninguém, nenhuma pessoa destruirá: está
feito.
Parabéns, adorável Teresina. Ser feliz é tua sina.
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