sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

A PONTE NA MEMÓRIA


Elmar Carvalho

O vento passavoante
pássaro voante
sob o arco-da-velha
sob o arco da ponte.
Baloiça os pés de oitis,
joga confete com suas folhas
e empurra o casario antigo
com suas: arcadas dóricas
volutas jônicas
ogivas góticas
sacadas exóticas
com suas parábolas e abóbadas.
O vento passalígero passalísio
e empurra o casario antigo
que navega parado
no tempo que navega
como um mar que navegasse
sob um navio ancorado
que se deixasse navegar.
Meu sonho de malas prontas
é passageiro e tripulação
do casario – navio que navega
ao se deixar navegar.

Um comentário:

  1. Elmar,

    Coega e amigo poeta, acho que você exagerou nesse poema. Eexagerou em qualidade. Se você era bom nos outros, até aqui, nesse você superou-se,mostrando que é um poeta poderoso, criativo, seu limte é não ter limite na
    criação poética. Parabéns por esse poema, além dos parabéns que lhe tenho dado sempre pelos outros, merecidamente.
    Abraços
    francisco miguel de moura

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