segunda-feira, 31 de março de 2014

A guerra das águas


Edmar Oliveira

Eu tinha até uma impressão de que a guerra ia acontecer, mas achava que não iria viver tanto para vê-la. Além do que também achava que a guerra ia começar noutros países e até chegar neste Brasil e sua imensa riqueza hídrica ia demorar mais ainda. Vez por outra lia notícias de falta d’água em outros continentes que provocavam algumas escaramuças, mas a guerra não tinha começado.

Por bem da verdade a falta d’água expulsou levas de nordestinos pobres, mas só os desvalidos, que a indústria da seca sempre foi rentável para as elites. Tinha a guerra da fome, não por água. Os miseráveis acalmavam-se com a polícia.


Mas nesse verão a água das duas grandes metrópoles ficou escassa. Por um fenômeno meteorológico não choveu, como de costume. As chuvas retidas fizeram a cheia do rio Madeira no Amazonas e as represas do sudeste ficaram em estado crítico. São Paulo deixou morrer o Tietê como o Rio deixou agonizar a Guanabara e toda sua bacia hídrica. O Rio só tem um rio – doente, mas ainda vivo – que saindo de São Paulo corta todo o estado e vai até perto do Espírito Santo desaguar no mar. Mas só este rio Paraíba alimenta todas as cidades deste estreito estado. Pois o governador de São Paulo ameaça tirar água dos afluentes e do começo do Paraíba no estado de São Paulo. Acha que tem o direito de sangrar o Paraíba para matar a sede dos paulistas. O governador do Rio, acostumado às bravatas, responde que no Paraíba ninguém mete a mão. O governo federal não se mexeu para legislar a guerra d’água. O pau vai comer feio. Foi dado a largada para a guerra das águas. Com a poluição avançando tanto, o precioso líquido logo vai valer mais que petróleo. Aliás, em alguns restaurantes do Sudeste, meio litro de água vale mais que um litro de gasolina. O bicho vai pegar!



E fico aqui imaginando como era rica de água a minha Teresina nascida entre dois rios. O Parnaíba está morrendo a olhos vistos, desde a construção da barragem de Boa Esperança e assoreado nas duas margens. Os esgotos da Teresina velha sempre poluíram as águas do “velho monge” – como o poeta o chamava – e sua batina barrenta tá ficando podre. Pior destino teve o outro rio. O Poty recebe “in natura” os esgotos dos prédios da Teresina dos novos ricos e a água ficou tão suja, que um tapete verde de aguapés – que crescem em contato com a merda – cobre todo o espelho d’água. Eu mesmo já desci debaixo da ponte velha que sai da avenida Frei Serafim e constatei que a merda dos ricos é jogada sem tratamento no rio Poty. Teresina tem o seu próprio Tietê e já, já, vai entrar numa guerra das águas com o Maranhão!    


domingo, 30 de março de 2014

Seleta Piauiense - Almir Fonseca


Último Soneto

Almir Fonseca (1918 - 1972)

Padecendo no leito de Procusto,
Eu sinto a vida se esvaindo aos poucos,
E às vezes tenho pesadelos loucos
Que ao lembrá-los depois inda me assusto


Levados por espíritos de amoucos,
Num desespero crucial, injusto,
Desço, com a exiguidade do meu busto,
À escuridão das covas e cavoucos.


Mas quebrando os grilhões e os arganéus
Que me atavam às fundas sepulturas,
Surjo singrando a vastidão dos céus,


Como se navegasse em mansas vagas
Para alcançar as máximas alturas
Do além, buscando esplendorosas plagas...    

sábado, 29 de março de 2014

Luto Acadêmico- Morre Professor Zé Omar

Os irmãos José Wagner e José Omar

A Academia Campomaiorense de Artes e Letras, por meio do seu presidente, João Alves Filho, declara luto acadêmico em pesar pelo falecimento do acadêmico José Omar Araújo Brasil. Zé Omar, como é conhecido, nasceu no dia 6 de dezembro de 1948 em Barro Duro-PI, mas era radicado em Campo Maior desde 1963, era professor da rede estadual desde 1976; formado em matemática pela UFPI e em Biologia pela UESPI. Autor de "Síntese Histórica da Batalha do Jenipapo". Membro da ACALE,instituição que ajudou a fundar como titular da cadeira 11 cujo patrono é Moisés Eulálio; também pertencia aos quadros criantes Academia de Letras do Território dos Carnaubais - ALTEC ( Academia de Letras - ALTEC) como ocupante da cadeira 18 que tem como patrono, Otacílio Eulálio.    

Fonte: Blog Super Campo Maior


Caríssimos confrades,

Registramos com muito pesar o falecimento do nosso querido acadêmico JOSÉ OMAR ARAÚJO BRASIL, sepultado no nosso CAMPO SANTO do Bairro São João, nesta cidade de Campo Maior que ele tanto amar e a transfrmava sempre em POESIAS românticas e emocionantes. O Acadêmico José Omar foi professor de química, física,matemática e biologia.Era do quadro dos Servidores da Secretaria Estadual da Educação.

Dedicado historiador escreveu importantes livros sobre a BATALHA DO JENIPAPO, A ORIGEM DE CAMPO MAIOR E DE MODO MUITO ESPECIAL SOBRE A HISTÓRIA DO VAQUEIRO, os condutores do PODER ECONÔMICO de Campo Maior, nos séculos XVIII - XIX e XX. Na vida púbica foi Diretor do CAMPUS DA UESPI (Campo Maior), Secretário Chefe de Gabinete do Prefeito Bona Carbureto por dois mandatos,  membro do Conselho do Patrimônio Histórico Cultural, Material e Imaterial de Campo Maior. Foi destaque como compositor musical e a última composição que escreveu, o HINO DAS COMEMORAÇÕES DOS 300 ANOS DA FREGUESIA DE CAMPO MAIOR.

Acadêmico José Omar,foi  membro efetivo do quadro dos fundadores da ACADEMIA CAMPOMAIORENSE DE ARTES E LETRAS - ACALE e da ACADEMIA DE LETRAS DO TERRITORIO DOS CARNAUBAIS - ALTEC. Na ACALE exerceu com dignidade e honradez mandato de Secretário Executivo por seis anos consecutivos, com desempenho e habilidade. A comunidade campomaiorense e de modo especial a HISTORIOGRAFIA, perdem um dos seus grandes valores. NOSSOS PÊSAMES - João Alves Filho – PRESIDENTE.

O DILEMA DO JUMENTO


O DILEMA DO JUMENTO

Jacob Fortes

Tema dos mais recorrentes no Nordeste brasileiro diz respeito à figura do jumento; mascote nordestina conhecida popularmente por jegue. O jumento, que remonta os tempos coloniais, testemunhou: as secas, o reinado dos coronéis de patente, a cultura do couro, o cangaço, as emigrações caudais, o fanatismo religioso, e, evidentemente, as chagas e lepras sociais que nunca esconderam a sua paixão por aquele pedaço de mundo ensolarado. Durante séculos esse animal proletário ajudou o homem, por conseguinte ao país, ora como cargueiro da riqueza do campo, ora, no papel de cavalo de pobre, transportando, desde crianças a anciãos, tudo quanto lhe escancharam ao lombo. O mérito desse resignado serviçal obteve o reconhecimento de muitos, sobremaneira dos que dele se serviram, mas para outros essa inestimável folha de serviços prestados parece de pouco valimento; insuficiente para assegurar respeito unânime. Diferentemente dos cavalos, cujos nomes carinhosos fazem lembrar virtudes, (nem sempre reais), os jumentos são tratados, mais das vezes em tom de mofa, por inumeráveis apelidos que, na sua grande maioria, lhe conferem defeitos. Aliás, no dizer de Euclides da Cunha, o jumento é o animal mais caluniado. Porém, as desqualificações e zombarias que rosnam contra a sua figura são tentativas que visam deslustrar as excepcionais qualidades desse animal tardo; de mansidão evangélica. Afinal, que outro animal de doma tem mais resistência, mais temperança, mais energia, mais sobriedade, mais tenacidade e mais poder de adaptação ao meio inóspito em que vive? Que outro animal, resignadamente, realizou todo tipo de trabalho proletariado durante séculos? Que outro animal suportaria os habituais rigores da seca?

Depois de séculos de trabalhos realizados sob o estímulo do chicote, eis que lhe veio em socorro, inesperadamente, uma princesa antiescravagista, não a Isabel. Triunfante, a princesa tecnológica chegou trazendo carta de alforria, em forma de cavalos mecânicos, por meio da qual libertou o jumento da condição de cativo. O mundo caracteriza-se por mudança “O tempo não existe exceto para mudar”.

Alforriado pela modernidade, e de porteira aberta por se haver em desuso o jumento, carregando o cartaz da obsolescência, pôs-se a errar pelas paragens nordestinas percorrendo, numa pachorra de lesma, todo o tempo vazio a sua frente. Prolífero por essência — sem contraceptivo que lhe modere a prole — foi agregando descendentes, ocorrência que o salvou da condição de solitário. Durante sua errância acabou por descobrir rodovias mornas que as adotou como sua estalagem preferida onde, invariavelmente, se mantém emperrado por toda a noite. Ao empacar-se, de través, nas vias exclusivas dos cavalos mecânicos, incorreu em grande culpa epifenômeno que lhe rendeu o libelo acusatório de ser o principal causador de acidentes nas estradas nordestinas: federais; estaduais e vicinais. Nisto ele é confesso, mas outros animais, igualmente à solta, também protagonizam acidentes, que são levados injustamente a débito apenas do principal acusado; de lombo timbrado com a fama da distração.

Para piorar o insidioso fado do jumento, recentemente jornais noticiaram que a sua carne seria exportada para a China. Aliás, a urgência em aprovisionar aquela gente de alimentos incomuns remete para a ideia de veloz crescimento populacional, ocorrência, diga-se, fomentadora da fome no mundo. Se não forem retesadas as rédeas da natalidade não dista muito para que a espécie humana se veja decuplicada. Nesse patamar de bocas inumeráveis jumentos apenas irão paliar; ao invés de repasto serão apenas hóstias.

Mas o menino Jesus há de interceder para que o seu favorito meio de transporte, (ainda marcado com o seu xixi), seja poupado do matadouro ainda mais porque, depois de haver suportado tantas vexações, tornou-se digno de salvar-se, se é que sofrimento é penhor de salvação. Essa a minha fé; onde há fé o mal recua. Em vez de servir de carnagem ao povo chinês prefiro que o jegue permaneça, juntamente com as cabras, ornando a paisagem catingueira do Brasil até que a ação deletéria do tempo lhe faça perecer; porém nos braços maternais do seu berço nordestino. Evidentemente os órgãos responsáveis, (que adoram explicações e cantilenas em vez de resultados), hão de pôr-se em ação firme de modo a tornar solúvel esse controvertido problema asinino, em prol da boa ordem rodoviária.


Ante ao malfadado propósito de transformar o corpo do jumento em mantimentos orientais urge que manifestações nordestinas retumbem em desfavor desse desalmado e asneado intento. Ao invés da morte, em paga pelo bem que praticou, o jumento faz jus a merecido descanso, inclusive porque quando Jesus voltar para a segunda e última chamada de salvação, desta feita no Nordeste brasileiro, o jumento deverá estar no seu lugar, no habitat que lhe foi reservado pelo criador. E no frontispício das cidades nordestinas seus admiradores erigirão uma escultura em sua homenagem para exaltar toda a serventia que teve ao homem. No rodapé da escultura haverá uma gravura onde se lê: “Dileto amigo jeguinho, receba o nosso preito de admiração e gratidão”.      

sexta-feira, 28 de março de 2014

Ler e Escrever, enquanto é cedo


José Maria Vasconcelos
cronista, josemaria001@hotmail.com

        Ana Maria, 4 aninhos, Jardim 2, escola de referência nacional. Telefonou-me: “Vovô, acabei de tomar suco do limão que você trouxe do sítio e me disse que faz bem pra saúde... Vô, estou gostando de Vinícius de Morais, que estudei na semana cultural da minha escola... Quer ver como sei?” Sem derrapar, Aninha declamou quatro poemas de Vinícius, ainda improvisou conhecida música de ninar do poeta. Cantarolei com ela. Entusiasmada, gritou: “Papai, o vovô também sabe cantar a música de Vinícius!”
          Aquela satisfação infantil foge aos padrões de gosto que, em geral, seduzem crianças e adolescentes. Os pais de Ana Maria ensinaram-na a consumir sucos de fruta naturais, em vez de produtos industrializados, que contêm mais açúcar, sal e essências do que saúde.
          Muito cedo, a criança deve ser estimulada à leitura de textos e músicas próprias para a sua idade, em vez dos rebolados, refrãos e ritmos estéreis, de duvidoso gosto. O entusiasmo da menina refletia o resultado da metodologia educacional da família e da escola, baseada em paradigmas que faz a gente diferente e culta.
          Pode parecer exagero estimular a criança à leitura e produção de texto, prematuramente. Só depende da metodologia e do exemplo, que começam na família: programas de televisão vigiados. Exercício da leitura de textos e acompanhamento.
          Na fase inicial dos estudos à metade do ensino fundamental, dever-se-ia destacar mais a leitura, interpretação e produção de texto do que regras gramaticais. Modelar-se na metodologia dos cursos de língua estrangeira, que estimula a leitura, redação e linguagem oral. Da convivência com autores e articulistas nasce a imitação, a técnica de construção da frase, enriquecimento vocabular. Estabelecida a experiência, desenvolve-se a disciplina gramatical. Ressalte-se que o hábito da leitura e interpretação de texto contribui para aprendizado das demais disciplinas.
          Tradicionalmente, o ensino da leitura, interpretação e produção de texto, no Brasil, não segue um programa definido como para sintaxe e demais regras gramaticais. Não há estímulo à aproximação do estudante a textos poéticos de qualidade da MPB. Não se cobram comentários e fontes para redação extraídos da imprensa. Expressivo número de professores de literatura só se interessa em destacar a biografia e características do autor e não cobram a prática da leitura, interpretação, redação e linguagem em público. Sem esses critérios, os estudantes padecem de gravíssimo mal de raciocínio curto, ao ponto de, em pleno ensino médio, não entenderem, patavina, uma música de cantor do nível de Gilberto Gil. Imagine-se um escritor clássico.
          O limão da educação costuma ser azedo e intolerável, mas vale a pena convertê-lo em deliciosa limonada. Bem cedo, Ana Maria descobriu a eficácia. Até cantou comigo, ao telefone, uma canção de ninar, de Vinícius.  Feliz da vida. Promete.      

quinta-feira, 27 de março de 2014

JACK ESTUPRADOR E O GALINHO GARNISÉ

Jack, algumas galinhas e alguns descendentes do falecido galo garnisé





27 de março   Diário Incontínuo

JACK ESTUPRADOR E O GALINHO GARNISÉ

Elmar Carvalho

Dois meses atrás, quando estive na Várzea do Simão, reparei na beleza perfeita e miúda de um galo garnisé. Todo recoberto de penas escuras e vermelhas, mas em diferentes gradações e tonalidades; algumas chegavam a ser furta-cores. De crista altiva, bem recortada e de um vermelho muito vivo, quase como se fora uma joia, o galinho parecia imponente, mesmo sendo tão pequeno. Dizer-se que um garnisé é pequeno é quase uma redundância, mas se o digo é para lhe realçar a beleza minimalista, quase como se fora uma caprichosa escultura da ourivesaria de Botticelli. Consciente ou inconsciente do seu próprio ser, com certeza era desprovido de orgulho e vaidade.

Contudo, caminhava empinado, bem ereto e de peito estufado, como se nada temesse. Seu canto, embora agudo e um tanto curto, era um claro, metálico e vibrante toque de clarim. O Didi, que me havia dado algumas informações sobre o galinho garnisé, aduziu que ele me pertencia, uma vez que o Reginaldo, morador da Várzea, me dera de presente (embora disso eu ainda não tivesse conhecimento). Fiquei satisfeito com o mimo. Com efeito, o galinho era mesmo mimoso. Parecia uma pintura, um encanto, ou mais que isso: parecia uma obra de arte feita diretamente pelo artista Supremo, em que Ele tivesse desejado superar-se a si mesmo.



Vendo a beleza dessa ave, sem outra preocupação a não ser ciscar e catar grãos no terreiro, lembrei-me do que me contou um amigo, faz algumas décadas. Esse amigo recebera de presente de seu pai um galo garnisé. Criou-lhe grande afeição. O pequenino garnisé passou a ser o seu brinquedo favorito e o seu mais valioso tesouro.

Certo dia, porém, após comer um delicioso prato de galináceo a molho pardo, recebeu de seu pai a brutal notícia de que acabara de deglutir o seu galinho de estimação, em decorrência do aperto financeiro por que passava. O meu colega ficou chocado. Não sei se chegou a vomitar. Segundo ele me afirmou, nunca mais comeu galinha em sua vida, em razão do trauma que lhe ficara.

Recentemente, ao retornar à Várzea, perguntei ao Didi pelo meu galinho garnisé. Fiquei consternado ao receber a impactante notícia de que ele morrera. Fora “assassinado”, de forma covarde, por um galo que devia ter cinco vezes o seu tamanho. O matador, além de seu porte avantajado, devia pesar pelo menos seis vezes mais que o minúsculo garnisé.



O algoz, que naturalmente se sentia o rei do pedaço, senhor absoluto do poleiro e de todas as galinhas, tentou cobrir o pequenino garnisé. Acho que o tomara por uma franga. O garnisé, todavia, era bravo e repeliu o insolente assédio. Macho que era, rechaçou a inoportuna e impertinente investida do galo grandalhão.

O brutamontes não lhe perdoou a heroica recusa; furiosamente o matou com várias bicadas em sua formosa cabecinha, coroada com a magnífica crista escarlate de que já dei notícia. O Didi passou a chamá-lo de Jack Estuprador, e passou a alimentar um forte desejo de comê-lo a molho pardo, tendo como complemento um apetitoso pirão de parida. Todavia, o seu dono recusou a proposta, em virtude de que Jack é um competente reprodutor, e de não possuir ainda um outro galo capaz de substituí-lo à altura.



O epíteto Estuprador, convém salientar, não é de todo bem posto, uma vez que o intento restou frustrado. Isto porque o galinho não tinha a menor inclinação para ser galinha de quem quer que fosse, e muito menos daquele desabrido e aloprado galo. Ao contrário, tinha a sua companheira, uma galinha garnisé, imaculadamente branca. Deixou descendência, entre os quais alguns pintinhos e uma galinha e um galo, que ainda não tem a imponência e o canto vibrátil do seu falecido genitor.

O galinho garnisé era macho, destemido e heroico em sua pequenina e delicada formosura, e não aceitava insolências e deboches.    


quarta-feira, 26 de março de 2014

Parnaíba, rio dos ancestrais


Fonseca Neto

E diga-se, para começo de conversa, que deveria também ser o rio do futuro. E por que a presente geração está matando esse estuário de vida?

A evocação dos ancestrais é para insistir na lembrança de que esse rio é, desde quando não se particularizava e apelidava certas coisas da natureza, o fator maior da vida nesta área do planeta.

Relembre-se logo que estão, em sua bacia, os vestígios provados do mais antigo povoamento nesta parte do mundo, chamada de América desde o Seiscentos da era fluente. Gente ancestral que aqui viveu, que deve ter pintado o sete, e com certeza pintou os paredões talhados da serra que hoje se chama da Capivara – e de muitas outras. No Piauí, ainda mais nas zonas áridas, ter intimidade com pés, locas e furnas de serra, significa aconchego com a história humana em sua aurora. Tomar à mão uma enxada, um cavador, uma lupa, e com eles tocar e perscrutar, por aqui, a face do planeta, implica tocar um corpo de experiências pretéritas e descobrir a história da sobredita ancestralidade.

À época da invasão deste país pelos europeus, e logo que elaborados os primeiros registros cartográficos de sua costa oceânica, já então se vislumbrou e rabiscou a desembocadura desse grande rio, entre ilhas. E por esse tempo habitada essa zona de foz por um povo que a defendeu bravamente contra a intrusão de quem quer que fosse, sinal do valor maior de vida que tal manancial de água doce significava para ele.

Dois séculos após o ano de 1500 e já as formas de contato com o rio e sua grande bacia – com todos confluentes, claro – haviam configurado um novo modo de relação com eles. Com efeito, já na altura de 1700, a presença invasora a serviço da economia europeia já forjara mais de uma centena de novos assentamentos humanos, agora intencionados de uma exploração do potencial de seu chão, de sua relva e suas matas, em modo de colonização para o capital.

Não há sinais de que os viventes do espaço banhado pelo rio, até o ano de 1500, tenham praticado qualquer ato que implicasse a degradação dele. A sabedoria desses viventes ensinava que o rio era um dom maior e fonte primordial de sobrevivência – e somente afugentavam tribos de longe que se aproximassem dele quando isso significasse uma ameaça à própria existência.

A colonização de base europeia, na bacia do grande rio, tem implicado em sua morte, rápida, pois no decurso de apenas quatro séculos ele foi assoreado e secaram seus afluentes em todos os graus. Os de primeiro grau, a exemplo dos que hoje são chamados de Poti, Canindé e Gurgueia, já se tornaram temporários. Nos pés das serra, e nos brejais dos vales úmidos, desaparecem, rapidamente, os olhos d´água. E uma sina diabólica faz com que cessem de pingar, de vez, as serras lajedadas, e encham-se os olhos – e pinguem lágrimas abundantes – dos viventes que já morrem de sede.

Mas como se há de entender, racional que se julga ser o vivente humano de hoje, matar um rio, sabendo que ameaça a própria vida?

Volte-se em busca da resposta à colonização ainda em curso, em sua “racionalidade” e força modeladora da vida social tal como a conhecemos, e fazemos: desde quando um invasor colonial matou o primeiro aborígene, desbastou com instrumentos cortantes o primeiro arvoredo ciliar desses rios e riachos, desde quando abriu o primeiro clarão na mata para fazer curral, e revolveu pedras e leitos em busca de minerais, desde então, sem nunca mais parar, procede-se à matança dos rios e de suas ribeiras. Aliás, faça-se uma análise séria e se constatará que, nesse pouco tempo, destruiu-se, secando e envenenando, a camada de húmus responsável pela criação das formas de vida na superfície terreal dessa bacia e dos leitos.

Racionalidade que revela sua perversão, de maneira ainda mais eloquente, no significado de que, cada cidade-vila que se criou sobre tais rios, um fator de sua degradação foi cruelmente posto em curso.

Em Teresina, por exemplo, o Parnaíba e o Poti são as cloacas latrinosas da cidade. E o Parnaíba é, a um só tempo, a latrina e fonte da água “doce” donde se bebe.  “Vá dormir com um barulho desses...”. Ou melhor pensar: porque ainda se dorme com um desastre desses?   

terça-feira, 25 de março de 2014

ESCRITORES E POETAS DE AMARANTE – PARTE IV


ESCRITORES E POETAS DE AMARANTE – PARTE IV

Luís Alberto Soares (Bebeto)


João José dos Santos Filho, mais conhecido por Professor João Filho, trata-se de um amarantino simpático e inteligente que sonhava ser padre, mas, seu amor carnal falou mais alto, casando-se com a simpática Irismar Maria da Silva. Do matrimônio, as criancinhas: Jhoírys Emannuelle e Jhoannan José (2011). João filho, professor respeitado na região, visto por colegas, alunos e admiradores como uma potência de sabedoria. Prestativo, humanitário, amigo de todos e cumpridor de suas obrigações profissionais e familiares. Portador dos cursos: Licenciatura em Teologia e Licenciatura em Letras Português. Um apaixonado por esportes. Vice – Presidente da CEAPI e ocupou cargos importantes no Society Clube Amarantino, onde é sócio fundador. O notável João Filho é funcionário público do Piauí (Saúde e Educação) e do Maranhão (Educação). Funcionário público deste município (Educação). Professor tutor do GESTAR (Amarante). Foi supervisor administrativo do Hospital de Amarante (2002 - 2007); coordenador da comunidade Areias (2011 - 2012); ministro extraordinário da Igreja Católica (2011 - 2012)); escritor, poeta, locutor jornalistivo e esportivo da Rádio Renascer FM (1998 - 1999). O simpático professor de tempo precioso, diz não ter medo de ser feliz. Em março de 2012, o talentoso educador recebeu na sua residência, bairro Areias – Amarante, visita da produtora Stephanie Lotufo do programa “Fantástico” (TV Globo). Conversaram sobre fatos marcantes registrados neste livro.

Leodoro Rosa de Carvalho artista popular de Amarante, residente no Bairro Areias, faz programa em rádio e participa de encontro cultural neste município e São Francisco do Maranhão. Poeta repentista, apaixonado por vaquejada. Gosta de cantar e já compôs 32 músicas estilo”Pé de Serra”, entre elas, gravadas em CD por grupos locais. Leodoro é uma figura fantástica de muito carisma e larga amizade na região. Gosta ainda de agricultura e pescaria. Casado com Maria Lima da Costa Carvalho. Do matrimônio, talentosos filhos amarantinos: Genival, Manoel, Francisco, Gilvan, Ociene e Rosinete.

Manoel Pires Neto, amarantino nato, residente em Teresina há mais de 25 anos, sempre vem visitar sua terra natal. Escreveu seu primeiro livro, “AMARANTE, MINHA TERRA, MINHA GENTE”, lançado em 10/12/2011, no bairro Areias, onde nasceu e moradia de familiares. Manoel trabalhou longos anos na construção civil, especialmente como mestre de obras, em Amarante e Teresina, tendo como exemplo, a construção da Praça Padre Virgílio Madeira, centro de Amarante. O escritor encontra-se aposentado. Casou-se com Luzia dos Santos. Do matrimônio, oito filhos.

Maria das Graças Costa e Silva fez vários escritos (Literatura de Cordel e crônicas), retratando sua vida cotidiana e um pouco sobre Amarante. Só falta publicá-los. Entre eles, história da construção da Capela de São Vicente de Paulo, bairro Alto Alegre, onde a escritora reside (Amarante). Graça, como é mais conhecida, nasceu em Angical do Piauí e desde os três anos de idade fixou residência na cidade de Amarante. Portadora do curso Normal Superior; funcionária pública municipal (aposentada). Prestou relevantes serviços na Prefeitura Municipal de Amarante. Foi uma das peças fundamentais para a construção da capela de seu bairro. A talentosa Graça tem dois habilidosos filhos amarantinos: Jardyel e Monick Elly (cursando computação). Vale esclarecer que a amiga Graça é filha do casal Antonio Duarte da Costa (falecido) e Teresa Silva da Luz.

Maria José Campos da Rocha, natural de Oeiras (PI) e há mais de 35 anos residindo em Amarante, Bairro Vila Nova. Trata-se de uma simpática figura inteligente, habilidosa e dedicada professora, funcionária pública municipal de Amarante (aposentada). Poetisa admirável (Literatura de Cordel), costureira e bordadeira profissional de primeira linha, artes das quais a talentosa professora ministrou cursos em Amarante por diversas vezes. Foi recepcionista do Hospital Regional de Amarante por um bom período. Atualmente gerente de um movimentado comércio. A professora Maria José é uma das principais conservadoras de nossa cultura popular. Participou de grupos folclóricos exercendo a função de organizadora e cantora. Ainda hoje a folclorista professora é solicitada para ajudar nas danças e cânticos. Casou-se com Jonas Rodrigues da Rocha, natural de Francisco Ayres (PI), funcionário público estadual (aposentado). Prestou serviços como vigilante. Trabalhou ainda na agricultura e pecuária. Do matrimônio os filhos: Sônia Maria, Jonas Filho, Solange, José Rocha, Francisco Gerardo, Enos e Maria do Perpétuo Socorro. Gerson e Joaquim (falecidos).

Maria Santana Vilarinho Santos, natural de Amarante (PI), professora gabaritada, funcionária pública estadual (PI), aposentada. Trabalhou por um bom tempo na Unidade Escolar Eduardo Ferreira. Uma das fundadoras do Ginásio “Da Costa e Silva”, onde ministrou relevantes aulas em diversas disciplinas. Consagrada intelectual, a professora Maria Santana é uma apaixonada por Amarante, sua terra natal e, sempre foi um esteio de nossa rica Cultura. Já representou nosso folclore em Maceió – Alagoas e por diversas vezes, na Capital piauiense. Contribui e marca presença nos grandes acontecimentos culturais de nosso povo. A conceituada amarantina também é historiadora e escritora Em junho de 2013, ela lançou um livro: Reminiscências. A notável professora casou-se com Osvaldo Pereira dos Santos, mais conhecido em nosso meio por Dr. Osvaldo e Professor Osvaldo. Pais inteligentes e famosos filhos.

Osvaldo Soares do Nascimento, outro grande vulto da literatura piauiense, nascido em Amarante (PI), em 1930. Na década de 50 o inesquecível escritor amarantino teve expressiva participação em revistas e jornais que se destacaram em Teresina, onde residia. O saudoso intelectual também foi fascinado para a vida pública com prejuízos à vida literária. Pertencia à linha de frente do movimento meridiano. Osvaldo era Bacharel em Direito e, na sua vida pública, prestou relevantes serviços em nosso Estado, como Técnico de Desenvolvimento Econômico, Promotor Público de Teresina, Organizador e primeiro Presidente da Companhia de Habitação do Piauí (COHAB); Organizador e primeiro presidente do Fomento Industrial do Piauí, hoje Comdepi; Organizador e Secretário Executivo da Comissão de Desenvolvimento Econômico

Cromwell Barbosa de Carvalho, amarantino nato, nascido em. 28/12/1883, falecido em Teresina (PI) em 10/11/1974. Era um autêntico Advogado, sociólogo, político, jornalista, jurista, poeta e magistrado. Prestou relevantes serviços em nosso Estado. Foi Juiz Distrital em Valença e Floriano, e Promotor Público em Caxias (MA); Procurador dos Feitos da Fazenda Nacional (Teresina); Idealizador, fundador, professor e diretor da Faculdade de Direito do Piauí; Desembargador do Tribunal de Justiça do Piauí. O saudoso intelectual amarantino era ainda acadêmico da Academia Piauiense de Letras.

Armando Gomes da Silva, nasceu em 04-12-1924 - Amarante (PI). Filho de Antônio Gomes da Silva e Maria Castro e Silva. Advogado, bancário e poeta. Bacharel em Ciências Jurídicas e Socais, e em Administração de Empresas. Foi Assessor da Carteira de Desenvolvimento, do Banco do Estado do Acre e, posteriormente, funcionário do Banco do Brasil, onde se aposentou. Em Teresina, onde residiu por largos anos, elegeu-se 2º Tesoureiro do Clube dos Diários, Presidente da AABB por seis mandatos e Superintendente da Federação Nacional das APAES. Reside em Brasília (DF).
Nilson da Cunha e Silva, natural de Amarante (PI), filho do imortal Professor Cunha e Silva, trata-se de um poeta de destaque no Piauí. Trabalhou longos anos na Secretaria de Segurança Pública do Piauí prestando relevantes serviços como Corregedor da Polícia Civil (Teresina). O destacável poeta amarantino encontra-se aposentado e continua morando na Capital piauiense.

Vidal Santos Carvalho, amarantino nato, trata-se de um jovem soldado da Polícia Militar do Piauí que sempre prestou serviços na instituição em Teresina, onde também cursa Licenciatura Plena em Pedagogia. Vidal tornou-se ainda escritor de artigos, muitos deles divulgados em jornais e guardados em arquivos de historiadores amarantinos. Vale ressaltar que o talentoso Vidal é filho do casal Vitor Simão de Carvalho (falecido) e Teresa dos Santos Carvalho, funcionária pública do Estado do Piauí, residente em Amarante. Casou-se com Domingas Alves de Anunciação (separados judicialmente). Do matrimônio, dois filhos: Vitória e João Vitor (crianças). Danilo Vidal (criança), extra conjugal.
Cícero Cristino de Oliveira Neto, natural de Amarante (PI), nasceu em 27-11-1966. Filho de Luís Cristino de Oliveira e Maria Teles de Melo Oliveira. Poeta, contista e pesquisador incansável de assuntos históricos-literários. Radicado em São Pedro do Piauí. Membro da União Brasileira de Escritores do Piauí.

Luzia Maria dos Santos – nasceu em Amarante (PI), em 01-06-1956 - Amarante (PI). Filha de Cassimiro Cardoso dos Santos e Margarida Maria dos Santos. Poetisa e professora. Formada em Pedagogia, pela Universidade Estadual do Piauí. Leciona na rede estadual de ensino do Piauí. Membro da UBE/PI.     

segunda-feira, 24 de março de 2014

Poderosos, mas desequilibrados


Poderosos, mas desequilibrados

José Maria Vasconcelos
Cronista, josemaria001@hotmail.com

          Pois é, Clarice, carinhosamente apelidada de “Lotita da Palmeirinha”, deixou a Rua da Palmeirinha (Desembargador Freitas), ainda adolescente, em Teresina, arribou para o Rio e São Paulo, definitivamente. Dançarina e professora de balé, Lotita pesquisa e pratica yoga. Leu a crônica, SÃO TANTAS EMOÇÕES E RAROS OS SENTIMENTOS, e corroborou-a com valioso comentário: “Neste momento, escrevo sobre meu trabalho de Yoga, que ajuda pessoas a dirigirem seu corpo e mente. São trabalhos realizados de forma holística (inteira) de alongamento, respiração, realinhamento ósseo, toque, massagem e relaxamento. Penso que a maior chaga do mundo contemporâneo é o stress. Filas, trânsito, noticiário escandaloso, desastres ambientais e doenças. A medicina acredita que os medicamentos são o máximo, há remédios para tudo, mas falta a liga, o intermédio, que é a reflexão, uma arte suave, uma ciência fascinante e uma forma extremamente eficaz de massagem terapêutica que conquistou um lugar de destaque no campo da medicina complementar. Os pés representam um microcosmo das partes do corpo, em diferentes áreas do organismo e também se manifestam na íris do olho, nas orelhas e nas mãos. O Yoga exige uma postura em que ficamos de cabeça para baixo, o pouso. É exatamente o oposto de ficar de pé com simetria e elegância, quando se consegue praticar e ampliar a respiração. Isso provoca mudanças fisiológicas no corpo, potencial de "cura". Precisamos somente de um par de mãos sensíveis, vigorosas, de desejo de aliviar a dor e o sofrimento, compaixão, intuição e compreensão da natureza humana. A pressão em alguns pontos dos pés, cabeça, mãos e algumas articulações dão aos incomodados (impacientes) um relaxamento impressionante.

          Nosso corpo é uma máquina magnifica! Precisamos nos dedicar a livrá-lo da fadiga generalizada. Esse trabalho de regulagem nos leva a sermos mais inteiros e felizes!”

          Atividade física, alimentação equilibrada, avaliações médicas têm pouca valia sem os exercícios da mente sadia e do bem. Problemas da coluna ou bico de papagaio são diagnosticados como reflexos da postura no sentar-se ou trabalhar. O paciente é submetido a pilhas de medicamentos, às vezes, pelo resto da vida, associada a efeitos colaterais. E tome mais pílulas contra malditas reações. Enquanto a causa do mal pode estar incrustada nas profundezas cancerígenas do espírito prepotente, soberbo, tirano, corrupto, invejoso, perseguidor, desonesto, infeliz no lar, prostituto, consciência em conflito. O soneto, Mal Secreto, de Raimundo Correia, retrata a paradoxal imagem daqueles que parecem felizes: “Se se pudesse o espírito que chora/ Ver através da máscara da face/Quanta gente que inveja agora/ Então piedade nos causasse/Quanta gente que ri, talvez, consigo/ Guarda um atroz, recôndito inimigo/ Como invisível chaga cancerosa/ ...Em parecer aos outros venturosa”.

            Desequilíbrio emocional e condutas de espírito imundo, especialmente de poderosos, provocam má digestão, insônia, estresse e câncer. Espírito sadio, corpo sadio. Um simples ato de generosidade corroborando o texto de uma crônica faz um bem danado ao espírito e ao corpo. Agora, entendi por que Lotita é feliz.   

domingo, 23 de março de 2014

TRABALHO DE CESTARIA E RENDA


TRABALHO DE CESTARIA E RENDA

Elmar Carvalho

tramas e tramóias
arma(dilha) a(r)mada
a(r)mada arma(dilha)
entocadas nas tocaias

amantes amadas
amando (tr)amando
entre teias e r’amas
com as armas a(r)madas

entre rendas e redes
a engrenada moenda
do amor entrelaçado

faz uma teia de renda
em forma de rede de pe(s)car
e me amor(tece) e me amor(daça)     

sábado, 22 de março de 2014

CONVERSANDO COM AS ROSAS


CONVERSANDO COM AS ROSAS

Anchieta Mendes

Creio haver aprendido a conversar com as minhas rosas,
Porque não é fácil saber o que elas dizem.
Converso com elas, todos os dias,
E pergunto: como vão vocês?
Tão belas, alegres, balançando ao vento,
Como se bailassem somente para mim?
Estão no canteiro próximo ao meu quarto
De onde sinto o perfume que elas me mandam,
Todas as noites, com fidelidade imensa.
Rosas vermelhas, brancas, róseas, matizadas,
Não sei quem é mais bonita e mais amiga.
Outras, tantas outras, também queridas,
Embelezam o canteiro suspenso, no portão,
E que ali estão como se fossem sentinelas
Da paz, do amor e da benquerença.
Lindas, banhadas de sol e ao vento solto,
À noite, distribuem perfumes aos que chegam
E as que caminham pela rua deserta.
X - x - X
Estou conversando com as minhas rosas,
E eu sei que elas me escutam e me entendem,
Porque depois de conversar com elas,
O silêncio que nos une e nos irmana,
Deixa-me perdido em doces pensamentos,
Faz-me sentir a mais sacrossanta paz,
Paz divinal que invade o meu coração e a minha alma.
X - x - X
Conversar com as rosas, será possível?
É possível, sim, quando se tem amor a elas,
Porquanto, ao levar-lhes o generoso adubo,
E a abençoada água que promove a vida,
Há uma permuta de amor e de ternura,
Uma misteriosa e agradável convivência,
E a natureza aí é tudo, é o próprio Deus,
Que fez as rosas para nos encantar.

NOTA - A Revista Veja, Edição 2364, de 12 de maço de 2014, publicou a seguinte noticia na página 8:

AS PLANTAS TAMBÉM PENSAM?

O naturalista britânico Charles Darwin foi o primeiro a afirmar , em 1880, que as extremidades das raízes vegetais “ agem como o cérebro de animais inferiores” . O autor de “A origem das Espécies” estava certo. Acumulam-se pesquisas recentes indicando que as plantas têm inteligência – definida como a capacidade de solucionar problemas – e ainda formas próprias de linguagem e memória. Em entrevista a VEJA.COM, o biólogo eslovaco Frantisek Baluska diz que, a despeito das evidências, há resistência às descobertas: “ Parte da Comunidade científica não aceita que as plantas possam ser descritas como dotadas de inteligência. Temos um bloqueio psicológico em reconhecer a existência de seres tão ou mais espertos do que nós”
O meu poema acima, intitulado “Conversando com as Rosas”, escrito há mais de dez anos, reflete a minha intuição, a minha dedicação às rosas, às plantas de modo geral. Será mesmo que converso com elas? (O Poema está na página 45 do meu livro CIPOAL, editado em 2005.)

Teresina, 10 de Março de 2014


Anchieta Mendes

sexta-feira, 21 de março de 2014

Homens e Escritos


Na coluna Inside, do jornalista Rivanildo Feitosa, desta data (21/03/2014), encontrei a seguinte nota, sob o título Homens e Escritos: “O professor e doutor em Literatura Cunha e Silva, que mora no Rio de Janeiro, agendando para agosto ou setembro uma visita ao Piauí, sua terra natal. E prepara lançamento de um livro de ensaios sobre alguns autores mafrenses. Por sinal, um ótimo texto que ele fez sobre o meu primeiro romance (como uma das apostas da ficção no PI) consta na obra, que terá como editor o professor Dílson Lages.”   

Fico torcendo para que tudo aconteça conforme o planejado. Ele bem o merece. Minha amizade com o ensaísta, cronista e articulista Cunha e Silva Filho remonta a algumas décadas, quando o conheci em Amarante, terra natal sua e de seu pai, por ocasião de um evento literário. Ele já escreveu vários ensaios e artigos sobre a minha poesia. 

Também conhecia o seu falecido irmão Evandro Cunha e Silva, fiscal do Ministério do Trabalho, intelectual de boa fatura, sobre o qual já tive oportunidade de tecer comentários, e sua irmã Sônia Setúbal Cunha e Silva, servidora da Fundação Cultural do Piauí.

quinta-feira, 20 de março de 2014

Roleta Russa


Roleta Russa

Elmar Carvalho

Emotivo, sensibilidade à flor da pele, a tristeza foi se infiltrando em sua alma como um veneno, de forma lenta mas inexorável, e sempre em contínuo crescimento. Não via sentido na vida. Nascer, crescer e viver para morrer, num curto espaço de tempo ante a eternidade. Já não tinha vontade para nada, nem mesmo para trabalhar. Passava o dia quase todo recluso em seu quarto. Representante comercial, já não visitava os clientes. Com isso as vendas diminuíram até cessar de todo, e ele perdeu a representação.

Ante a sua inércia, negligência e desinteresse por tudo, a sua namorada rompeu o relacionamento. Isso aumentou a tristeza de Abelardo, a ponto de ser considerado um deprimido. A doença o impulsionava para o isolamento de sua quitinete, e a solidão retroalimentava a sua melancolia em perfeito círculo vicioso. Imerso em sombrios pensamentos, dedilhava o violão, em acordes dissonantes e aleatórios, sem harmonia e sem melodia. Nunca tivera talento para a música, mas encarava as suas batidas como improvisos de jazz. Tocava apenas para si mesmo, sem nenhuma outra pretensão.

Bebia apenas nos finais de semana; socialmente, como classificava suas bebedeiras. Mas com a progressão de sua mórbida tristeza, passou a beber quase todo dia. Tinha ressacas violentas, que mais lhe agravavam a depressão. Não eram apenas desconfortos físicos, mas ressacas morais, espirituais, que o abismavam em incomensurável desânimo e tristeza. Muitas vezes, misturava a ingestão de álcool com o uso de outras drogas. Ouvia boleros tristíssimos, deprimentes, que mais ainda devastavam sua alma.

Os seus vizinhos de condomínio, em certa madrugada friorenta, ouviram um forte estampido quebrar o silêncio da noite morta. Sabiam que ele vivia sozinho, e que estava depressivo. Como não notasse nenhum movimento ou barulho na quitinete, um dos vizinhos, por volta das onze horas, resolveu tocar a campainha. Como ninguém respondesse, após muita insistência, perguntou à portaria se ele deixara o condomínio. Ante a resposta negativa, em deliberação com o síndico e outros moradores, tomou a iniciativa de arrombar a porta.   

Abelardo jazia morto, recostado na poltrona. Um filete de sangue coagulado manchava sua têmpora direita, onde a bala entrara. Jogara roleta russa. Com o tambor cheio de balas. A roleta seria a remota probabilidade de a arma “bater catolé”. Não deixou carta de suicida. E nenhuma outra forma de explicação. A vida lhe fora pesada. Que a terra lhe seja leve.     

quarta-feira, 19 de março de 2014

São tantas emoções e raros os sentimentos


José Maria Vasconcelos
Cronista, josemaria001@hotmail.com

          Grito de gol, explosão de alegria ou de ódio, canções de arrepiar no culto religioso ou no show da banda. Estresse no trânsito, batida de carro, assalto, ameaça de morte, inocente assassinado, aventuras amorosas descartáveis, apresentador de programa policial, exaltado e dramático: “Mostra as imagens, mostra, minha filha!” O cotidiano das pessoas anda, como nunca, sobrecarregado de fortes emoções, em prejuízo à saúde e aos sentimentos. Afinal, o que distingue emoção do sentimento? Qual das duas atitudes é mais saudável ao corpo e ao espírito?
          As emoções resultam de reações do psiquismo humano, inclusive dos animais, em forma de prazer ou dor, aflição ou medo, aversão ou desejo. Os animais são, naturalmente, movidos pelos instintos. Não entendem por quais razões existem ou reagem. Suas faculdades mentais limitam-se a certa dosagem de memória, inteligência e imaginação. Ao contrário dos seres humanos, apesar de instintivos, distinguem-se com duas mais: razão e vontade, que só se manifestam anos após o nascimento. As crianças, naturalmente, são mais sensíveis ao entusiasmo, à alegria ou à dor, porque ainda não desenvolveram a razão e a vontade.
          A razão é a faculdade que questiona os porquês, causas e efeitos das nossas atitudes e do conhecimento do mundo. A vontade decide entre o sim ou o não. A educação exerce papel imenso na disciplina e desenvolvimento das faculdades mentais, no controle das emoções, quase sempre indomáveis e instintivas. A educação da razão e da vontade começa por simples hábitos disciplinares do cotidiano, como falar, comer, sentar-se, chegar, sair, discutir, escolher amizades, namorar, brincar, estudar, trabalhar, decidir, chorar, zangar-se, relacionar-se com adversários. Sem nunca resvalar para exageros emocionais. Muita gente paga caro por decisões tomadas por instinto emocional, sem controle da razão e da vontade.
          Filósofos estoicos e educadores medievais ensinavam o domínio completo sobre as emoções do prazer e da dor. Para Santo Agostinho, é saudável, todavia, experimentar fortes emoções, enquanto vivemos neste mundo de miséria, com moções de entusiasmo ou de grande dureza, mas não permitir que o espírito se entorpeça.
          Somos produtos de experiências de grandeza, prazer, e desejamos sempre mais, aí descobrimos, também, nossos limites e pequenez. Somente os educados nas sábias lições de espiritualidade e virtudes conseguem viver felizes e equilibrados.
          Emoções nascem dos instintos. Educando-as sob o cabresto da razão e das nobres virtudes, conseguem-se sentimentos nobres. O filósofo Descartes afirma: “A força da alma consiste em dominar as emoções e reter os movimentos do corpo.” Criou um bordão para os apaixonados: “As razões do coração que a razão desconhece”.
          Em momento tão delicado por que atravessa o mundo, especialmente o Brasil, é hora de se destacarem sentimentos do bem, em vez da exacerbada exploração emocional em novelas, Big Brother e pirotecnias, que só servem para alienar nobres ideais. Sonhos e emoções exageradas viram pesadelos no mundo real.     

terça-feira, 18 de março de 2014

Os nordestinos


Fonseca Neto

O lugar em que eu nasci, Passagem Franca, no Maranhão, até meados do século passado, foi um destino de migrantes de vários estados nordestinos, em geral fugidos das secas, ou simplesmente em busca de novos e “verdes” horizontes em suas vidas. 

Até os anos de 1960, aquela nesga de sertão do sudeste maranhense não se entendia como pertencente à região “Nordeste” do Brasil, daí que os chegados de Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, e mais ainda do Ceará, eram conhecidos como “os nordestinos”, espécie de gente de longe. 

Essa migração de “nordestinos” explica a própria colonização da microrregião onde foi erguida a povoação original, de cidade e município, no vale do Inhumas/Balseiros/Corrente, complexo de riotes afluentes do rio Itapecuru. 

Nesse vale de cocais nativos, ubérrimo, moldado com uma serrania em cujos pés há olhos d’água que pingam, notadamente no lugar da Passagem, os Araújo e Alencar, cearenses oriundos do “riacho do Sangue” e descidos da Serra Grande, chegaram no ano de 1777. Ali já encontraram as terras doadas a sesmeiros antes chegados, os Franco, por exemplo, e fixados no grande entorno da Lagoa do Taboleiro... 

As famílias Franco, Araújo e Alencar, dando combate aos nativos Aranhim, logo, destes, tomaram as terras, passando a senhoriá-las e fundando fazendas de criar gado e agricultura. Ao longo do século seguinte, o dezenove, várias outras famílias para ali migraram, em torno de 1877, a exemplo dos Souza da vila riograndense de Pau dos Ferros, que, décadas mais tarde, atrairiam para o Maranhão outras parentelas. Também os Pereira de Sá e Brandão, além dos Mourão, da Freguesia do Senhor do Bonfim da Serra dos Cocos, chegaram na região dos cocais, ao que se sabe, no alvorecer do Oitocentos. Os Coelho, idem, vindos do médio São Francisco – descendentes de Valério Coelho Rodrigues. Fixaram-se estes então, na sede do Julgado de Pastos Bons, depois desceram o Balseiros e ajudaram  a erguer a vila da Passagem.      

Mas as mais significativas levas migrantes aportam por volta de 1915 e 1932, anos marcados por graves estiagens naqueles Estados. Na Passagem, até política pública a prefeitura municipal implementou para acomodar “os nordestinos”: em 1935, o prefeito Nelson Porto determinou a abertura de uma rua para acomodar os chegantes, na borda direita do riacho Inhumas, entre a Passagem do Bezerra e o Riachinho, a hoje rua da Santa Luzia. Trata-se de área em que os tradicionais moradores locais não queriam habitar, por considerá-la alagadiça e palustrosa; a prefeitura mandou sanear a área e distribuí-la com “os nordestinos”; era tudo que estes almejavam: um ligar para morar com água farta – cavava-se um metro no quintal e “dava” n’água.  

Desde os anos 1930 essa rua teve moradores “nordestinos”. A família de Aureliano Raimundo e Maria, toda a nação dos Lopes e Porfíro. A rua da Santa Luzia era espécie de periferia da cidade; os moradores mais antigos moravam na parte superior do Largo da Igreja, e da histórica rua Grande, que vai da hoje praça Rio Branco ou rua do Tamarindo até a Joaquim Távora, parte mais alta e salubre da urbe passagense.

Na rua da Santa Luzia moravam esses retirados da seca e de outras aventuras. Além de Aureliano, chefe de um ramo do Pau dos Ferros, os referidos Porfiro e Lizarda. Uma rua de homens e mulheres admirados por serem trabalhadores muito dispostos. Os “nordestinos” sempre foram admirados pelos locais, porque tinham jeito de empreendedores, davam um jeito em tudo, comiam bicho e fruta que passagenses não comiam, como, por exemplo, tripa de porco, camaleão, lapichó, jenipapo... 

Ali na Santa Luzia também morou o Valdir, “cearense”, valente, assim temido por muitos. Morou o Zito e Floriza e uma legião de filhos. O mestre João Ferreira  e dona Mercês E a dona Lourdes... Sua moradora mais conhecida e falada pelas linguagens dos adolescentes da cidade inteira.

Uma rua que dá muitas outras crônicas. Voltaremos ao assunto.    

segunda-feira, 17 de março de 2014

ESCRITORES E POETAS DE AMARANTE – PARTE III


ESCRITORES E POETAS DE AMARANTE – PARTE III

Luís Alberto Soares (Bebeto)

Firmino Pio Vilarinho, amarantino nato, marcou história em Amarante. Músico e proprietário de uma orquestra, poeta e membro da Academia de Letras do Médio Parnaíba. Um admirador do grande vate piauiense “Da Costa e Silva”. Do seu apego à música e à literatura, o inesquecível Firmino Pio, juntamente com o saudoso popular Dico, instalaram na residência do próprio Firmino, um sistema de alto-falante e, posteriormente, a Rádio Cultura de Amarante. Funcionou por pouco tempo. Firmino Pio, como era mais reverenciado, era casado com a saudosa funcionária pública municipal (Amarante), Ozira Soares Vilarinho. Do matrimônio, talentosos filhos: José Pio (Dedé), Raimundo Luís (falecido), Ayrton Paulo, Arísio Fontenele (falecido), Rosângela Maria, Neusa Célle, Firmino Pio Junior,Wilben, Carlos Nasser e Ozira Patrícia (Lila).

Francisco Soares da Costa, o popular Santo, amarantino nato, considerado um dos mais inteligentes de Amarante. Religioso evangélico, teólogo, filósofo, escritor, poeta e outras atividades. Fez ainda Psicologia Experimental; curso de aperfeiçoamento em Língua Portuguesa, Inglês e Francês. Fundou o Colégio Batista Beth Shanã, onde ministrava aulas de Inglês, Técnica Comercial e Educação Religiosa. Exerceu em vários Estados do Brasil seu Ministério Eclesiástico. O argucioso Santo é ainda portador do curso de defesa pessoal (artes marciais); historiador e pesquisador do rio Parnaíba, percorrendo o “Velho Monge” através de balsa (buriti) por duas vezes – Amarante a Parnaíba. Vale ressaltar que o renomado Santo, é autor de 102 livros. Na maioria, ele conta a história da antiga navegação do rio Parnaíba, como também, do resultado de suas pesquisas sobre o “Velho Monge”.

Eleazar Moura, famoso médico amarantino que já trabalhou em vários Estados do Brasil. Reside no Rio Grande Norte, desde 1964. Dr. Eleazar é um apaixonado pela cultura de sua terra natal. Publicou em 1996, um livro que retrata momentos de sua infância e adolescência, como também, fala da Amarante do passado com exibição de fotografias antigas. Sua obra foi de grande valia para o povo amarantino com especialidade, aos estudantes que costumam pesquisar sobre a história de nossa terra.
Olemar de Souza Castro, amarantino nato, radicado em São Paulo (SP) desde 1962, filho do ex-prefeito de Amarante, Olegário Castro (Seu Lega). Após 57 anos ausente de sua terra Natal, Olemar esteve em Amarante (abril/2008) onde lançou seu segundo livro “Minhas duas Pátrias” no Museu Odilon Nunes. Olemar é portador dos cursos técnicos: Administração de Empresas e Química Industrial. Em São Paulo, tornou-se empresário comercial, publicitário, industrial, inventor, artista plástico e escritor. Seus trabalhos artísticos já foram exibidos em vários eventos culturais no Estado de São Paulo. Em abril de 2013, tornou-se acadêmico da Academia de Letras do Médio Parnaíba. Casou-se com Heleny Castro. Do matrimônio, três talentosas filhas, Virginia, Marlene e Vânia.

Oldina Eustórgio da Silva, amarantina famosa em Braília (DF). Portadora dos cursos: Pedagogia, Letras Português e Direito; Pós – Graduada em Educação como Mestra e Doutora em Direito Público; advogada e professora da faculdade de Direito da Universidade Euro-americana. Acadêmica da Academia de Letras de Taguatinga, patronada por Rui Barbosa. Doutora Oldina é ainda escritora de Literatura Poética; Ética Profissional. Já lançou três livros. O livro Ética foi lançado em Havana – Cuba e em 13 países da Europa. A talentosa amarantina tem inteligentes filhos: Úrsula, residente no Rio de Janeiro e Manoel Batista Neto, formado em Direito.

Gregório Barbosa Ribeiro (Gregorinho), filho de Angical do Piauí, residente em Amarante há mais de 50 anos, onde formou uma conceituada família. Poeta, humorista e músico-compositor: toca sanfona e teclados. Carismático e amigo de todos. Seus versos (Literatura de cordel), muitos apreciados na região. Já compôs 14 músicas (forró pé de serra), algumas delas, gravadas em CD por conjuntos locais. Em breve lançará um disco com parceria de um cantor de destaque regional. Gregorinho é apresentador de um programa aos domingos na Rádio Cultura de Amarante, titulado “Cancioneiro Popular”. Participação de grupos musicais, repentistas, cantores, folcloristas e outras atrações populares. Vale ressaltar que o simpático Gregorinho, o pequeno grande homem, trabalhou longos anos na agricultura e pecuária. Possuía uma boa propriedade rural, vendida recentemente. Casado com Valdemira Ana de Sousa, destacável costureira de Amarante. Do matrimônio, três talentosas filhas. Avô materno do jovem Maicon, famoso guitarrista de uma banda evangélica de Brasília (DF).

Gregório Pereira dos Santos, amarantino nato. Morou por 32 anos em Guarulhos – São Paulo, retornando a Amarante em 2008. Reside em Areias, seu bairro de origem. Trata-se de um poeta de Literatura de Cordel. Ele sempre apresenta suas poesias nas emissoras de rádio locais e em encontros culturais. Trata-se de um homem simpático e habilidoso. Gregório exibiu por diversas ocasiões seus trabalhos literários em eventos culturais em São Paulo. Casou-se com a amarantina Maria das Neves Ribeiro dos Santos. Do casamento, talentosos filhos: Glaudine, Galiléia e Glaudete (amarantinas); Alan Cleidson, Glebeson e Elnaton, nascidos em São Paulo.


Homero Ferreira Castelo Branco, amarantino nato ilustre, apaixonado por sua terra natal. (Nasceu em 03-04-1944). Graduado em Ciências Econômicas. Escritor - publicou vários livros envolvendo Amarante; membro do Instituto Geográfico do Piauí, da Academia de Letras do Vale do Longá (PI) e da Academia de Letras do Médio Parnaíba. Foi diretor do Departamento de Assistência Técnica aos Municípios (Piauí); secretário de Planejamento e prefeito municipal de Teresina; sub-secretário de Planejamento, secretário de Administração, secretário de Fazenda e deputado do Estado do Piauí. Casou-se com Hilma Martins Castelo Branco. Do matrimônio, três talentosos filhos: Geraldo, formado em Administração de Empresas; Verônica, contabilista e Karina, médica.

Ideraldo Leite Silva, um polivalente da cultura amarantina. Inteligente, habilidoso e muito criativo nos seus afazeres que envolvem a música e a escrita. Vocalista de tonalidade grave e suave, com muita educação musical que encanta ouvintes em bailes e serestas. Tem várias músicas de composições próprias, só falta lançar o CD. Poeta de bom estilo, inclusive de literatura de cordel e de várias crônicas e narrativas. Possui um acervo de escritos que dá para vários livros. Vale enfatizar que o talentoso Ideraldo é ainda humorista, gosta muito de contar “causos engraçados”, especialmente ocorridos em Amarante. O extrovertido artista Ideraldo é pai de duas talentosas filhas: Mariana e Marina (estudantes).

Ítalo Cristiano Silva e Sousa, filho dos amarantinos Renato Silva e Sousa e Maria José de Sousa (Zélia), separados judicialmente. O jovem Ítalo é formado em História. Trabalha como professor na rede particular de ensino e, atualmente, ministrando aulas numa universidade particular na cidade de Parnaíba – Piauí. Lançou dois expressivos livros: Tempos Subterrâneos e Sanatório Geral. Continua publicando mais obras de forma alternativa. O jovem professor sempre foi um apaixonado por Amarante.

Raimunda Celestina Mendes da Silva é uma amarantina inteligente, habilidosa e de muito conceito, especialmente no Piauí e Maranhão. Portadora de vários cursos. Entre eles, graduação em Licenciatura Plena em Letras Português, em Licenciatura em Educação Artística Polivalente e em Licenciatura Plena em Letras Português; especializada em Licenciatura Brasileira; mestrado em Lingüística e Letras Português; Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior; doutora em Linguística e Letras Português. Professora Doutora Celestina como é mais reverenciada é funcionária pública do Estado do Maranhão e, há longos anos, presta relevantes serviços na Universidade Estadual do Maranhão (UEMA), Centro de Estudos Superiores de Caxias (Caxias-Maranhão). A simpática amarantina, doutora Celestina, casou-se com o teresinense Antonio Mendes da Silva, economista, funcionário da Caixa Econômica Federal. Do matrimônio, três talentosos filhos: Lucas, advogado, pós-graduado em Direito Público e Privado; Natércia Maria, psicóloga, Pós – graduada em Psicologia. Fala fluentemente, Inglês, Francês e Espanhol; Marden, acadêmico em medicina, estagiário em Hospital (França). Fala Inglês, Francês, Espanhol e Italiano. Convém salientar que a Professora Doutora Celestina pertence à Academia de Letras do Médio Parnaíba.