quarta-feira, 26 de maio de 2010

DIÁRIO INCONTÍNUO

Elmar Carvalho


26 de maio

NOVO SESSENTÃO

No sábado, fui à festa de aniversário do Evangelista, casado com a Elza, amiga de minha mulher, e que conheço desde o início de minha vida profissional, quando ingressei na ECT, em setembro de 1975. Evangelista é um botafoguense afogueado e fogoso, de muito entusiasmo e vibração, e a sua festa teve detalhes decorativos, que lembravam essa sua condição de torcedor fervoroso. Muitos convidados, além de seus amigos, eram também adeptos do Botafogo. A festa aconteceu no salão nobre do Jockey Club. Encontrei vários amigos, como o coronel Bastos, que foi meu colega do curso de Direito, que não via há um bom tempo. À mesa dele estava o Antônio Luiz Medeiros, promotor de Justiça aposentado, que hoje reside em Santa Catarina. Muitos colegas do aniversariante usaram da palavra, e todos exaltaram as suas boas qualidades de cidadão e de pai de família, bem como enalteceram o bom amigo que ele é. O Antônio Luiz, que poderia ter sido juiz de Direito, mas optou em permanecer como membro do Ministério Público, perguntou-me se eu não desejaria também falar. Respondi-lhe que não, pois sendo flamenguista, não desejava botar fogo em festa botafoguense. Encontrei o meu xará Elmar Veras, que deixou de ser louro, para assumir com galhardia os cabelos grisalhos. Recordamos o tempo em que moramos na pensão de dona Teresinha Cardoso, que ficava perto da Casa Saló, portanto, nas imediações da Escola Sambão e da Baixa da Égua, de muita folia e tradição. Recordamos o Marcos, natural de Pedro II, que era o meu relógio despertador, pois todo dia me acordava para me perguntar as horas. Dona Teresinha ficava furiosa com a impertinência ingênua do Marcos. Para mim, teria sido mais proveitoso ter-lhe dado o meu relógio, ou comprar-lhe um, para não ser perturbado em horário tão matinal, pois ele acordava com as galinhas, na preocupação de não chegar atrasado ao trabalho. Demorei pouco tempo na hospedaria, pois voltei para Parnaíba, para cursar Administração de Empresas no campus local da UFPI. Também encontrei o Vila Nova, que por brincadeira chamo de grande Vilão, quando na verdade ele é um mocinho dos filmes de antigamente. É um artista na arte da dança. Com a sua mulher, praticou todo tipo de dança, tanto que eu lhe disse que ele não era apenas um “pé de valsa”, como se dizia outrora, mas era também um pé de samba, um pé de forró, um pé de tango, e, se alguém duvidasse, para não perder a viagem, dançaria até ao som de um hino. Vila Nova, irmão maçônico, contou-nos uns casos anedóticos e engraçados, de cunho autobiográfico. Como não poderia deixar de ser, cantamos a música Parabéns pra Você. E Evangelista bem fez por merecê-la, em seus sessenta anos bem vividos.

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