domingo, 18 de julho de 2010

ANTOLOGIA DO NETTO (*)

LUÍZA AMÉLIA


Iniciadora do movimento romântico no Piauí, Luíza Amélia de Queirós Brandão refletira sua própria condição social, ao tornar-se objeto de seus poemas, alimentando um espírito perseverante e audacioso na mulher do século XIX. Filha de Manoel Eduardo de Queirós e Vitalina Luíza de Queirós; casou-se em primeiras núpcias, em 1859, com Pedro Nunes, que faleceria anos mais tarde. Em 26 de dezembro de 1888, coincidentemente no dia de seu aniversário, casou-se com Benedicto Rodrigues Madeira Brandão, um rico e influente comerciante parnaibano, fundador e presidente de 1901 a 1903 da “Sociedade Protetora Parnaibana”, além de Vice-Intendente Municipal no período de 1887 a 1889, na administração do Intendente Coronel Joaquim Antônio dos Santos (mais conhecido como Coronel Quincas Santos). A poetisa, nascida em Piracuruca no ano de 1838, residiu em Parnaíba, com o segundo marido, no velho sobrado colonial, revestido de azulejo português, ainda existente na Avenida Getúlio Vargas, nº 140, vizinho a ponte Simplício Dias da Silva. Não constituiu prole em ambos os casamentos, porém foi muito importante na criação e educação de seus sobrinhos, filhos de seu falecido irmão Cesário Queirós, a quem homenageou com o soneto “Ausência Eterna”. Luíza Amélia faleceu a 12 de novembro de 1898 aos 59 anos, vítima de um “câncaro” no útero, óbito este lavrado pelo então Dr. Mirócles Veras. A poetisa escreveu o soneto “Teto de Inspiração” (feito na copa de uma árvore) revelando o desejo de ter seus restos mortais sepultados à sombra de uma gameleira, fato este não consumado, porém, anos mais tarde, arrebentaria sua lápide a árvore que, ainda hoje, esbanja beleza no Cemitério da Igualdade, em Parnaíba. É autora das obras “Flores Incultas” de 1875, onde demonstra uma extrema influência de Casimiro de Abreu e uma certa pobreza intelectual; e “Georgina” de 1893 em que esbanja uma sublime poética e o desvinculo com sua influência casemira; publicados ambos em São Luís do Maranhão.

(*) Texto e foto de João de Deus Netto.

Um comentário:

  1. José Francisco Marques20 de julho de 2010 às 09:32

    Mestre Elmar,
    Que belissimo trabalho vem desenvolvendo o nosso Netto de Deus. Fico a meditar nas minhas alvoradas de devaneios, o quão significativo é ser útil, prestar serviços relevantes, enfim ...
    Que abundante oásis frente a tantos dramas cotidianos, em que pessoas vendem as suas almas pela força do dinheiro.
    Go ahead, Grande Netto.

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