ELMAR CARVALHO
Uma da tarde. O apito da Moraes
estridula no ar. Emocionado
sinto como se o tempo houvesse parado
e eu me encontrasse ainda
preso às âncoras do passado.
O apito me deixa comovido
e eu não sou mais eu
mas alguém que já fui e que
no esquecimento se deixa escondido.
E aquele tempo perdido
inverte a rota da ampulheta
e retorna intacto como se jamais
deixasse de ter existido.
E o tempo se embaralha
sem passado, sem futuro e sem presente
e as recordações comovem tanto
que a própria alma de tanto
sentir não se sente
e evola para um tempo
sepulto pela areia da ampulheta.
"...alma de tanto sentir não sente..."
ResponderExcluirMuito bom o ritmo empregado no poema. A escolha das palavras, a leveza, tudo se encaixou no tema escolhido.
Não conhecia seu trabalho. Mas, desde já, parabéns; e estarei sempre lendo suas criações.
Obrigado por suas palavras de estímulo, e de já agradeço-lhe as futuras visitas.
ResponderExcluir