23 de abril
CADERNOS DE SARAMAGO
Elmar Carvalho
Na sessão da APL do dia 9 do corrente, sábado, a Teresinha Queiroz, apesar de minha amiga, terminou “inconfidenciando” que eu estava a fazer aniversário. Recebi os aplausos e os cumprimentos dos confrades, pelos quais agradeci, na hora apropriada, quando pedi a palavra. Por coincidência, o professor Paulo Nunes me dera, antes do início da reunião, o volume II de Cadernos de Lanzarote, contendo os diários de José Saramago referentes aos anos de 1996 e 1997. Em minha breve alocução, agradeci-lhe o mimo, e acrescentei que ele me havia emprestado um outro volume dos ditos Cadernos, relativos aos anos 1993, 1994 e 1995, e que só não me agraciara com esse tomo porquanto fora presente do confrade Celso Barros Coelho, no qual se encontra consignada amável dedicatória desse notável intelectual, datada de 8/5/97, que faço questão de transcrever: “Ao caro Paulo Nunes, a quem muito agradarão estes 'Cadernos de Lanzarote', na mensagem que nos envia o grande Saramago, de sua ilha, no dia a dia de sua meditação ao sabor das circunstâncias agradáveis (para o leitor).” Expliquei a meus pares que vinha me dedicando a ler diários, autobiografias e memórias em virtude de que estou me preparando para fazer da melhor maneira possível o meu Diário Incontínuo, que venho escrevendo e publicando no meu blog e no Blog Literário do portal 180 Graus.
O professor Paulo Nunes, complementando minhas palavras, falou que o volume ofertado pelo acadêmico Celso Barros, além do valor agregado da dedicatória, tinha também um outro valor afetivo a mais: é que por causa da compra desse livro, e também por causa do embevecimento de Celso a olhar e folhear outras publicações da livraria do aeroporto, terminara perdendo o avião que o traria de volta a Teresina, só retornando em outra aeronave, posteriormente. Portanto, deixei de ganhar esse volume em virtude da bela dedicatória e em razão de o nosso acadêmico haver perdido o seu voo em decorrência de sua aquisição. Para coroar o dia de meus anos, que eu pretendia deixar transcorrer no mais absoluto esquecimento, o confrade Manfredi Mendes de Cerqueira, mestre da oratória, sobretudo da concebida ao sabor do improviso, disse que este diarista tem no prenome “a combinação de cinco letras, e que as três últimas desaguam no mar; que o mar simboliza a sua grandeza literária, a sua largueza de espírito e de outras qualidades”. Não me restou alternativa, a não ser agradecer, embora não as merecendo, as belas palavras do desembargador Manfredi, sempre lhano e espirituoso em sua verve bem humorada.
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