quinta-feira, 13 de outubro de 2011

DIÁRIO INCONTÍNUO

Fátima, Belinha, Elmar e Anita


Belinha, Elmara, Anita e Elmar

12 de outubro

PASSEIO COM BELINHA E ANITA

Elmar Carvalho

No domingo, eu, Fátima e Elmara pegamos as cadelinhas e saímos a passeio. A Belinha, em seu jeito humilde, é sossegada e silenciosa. A Anita, apesar de seu porte muito pequeno, é brava e mais impulsiva, e muito agitada quando metida num automóvel, creio que por associar esse transporte a tosagem e banho. Diante de seus gritos e alaridos, a outra cadelinha, por instinto e solidariedade, também passou a latir, de modo que tivemos um forte dueto dentro do veículo; verdadeira “música” ao vivo e a bordo.

Passamos pelo centro de artesanato do Poti Velho. Entre outras esculturas, compramos duas corujas em uma forquilha e um sapo esverdeado. Talvez por seus grandes olhos arregalados, a coruja tornou-se símbolo da cultura e da sabedoria, e mascote, creio, do magistério. Em Teresina e acho que em todo o Piauí, a maior coleção de imagens dessa ave pertence à professora Cecília Mendes, que as possui em vários tamanhos, formatos, materiais e estilizações. O sapo, não sei ao certo por que motivo, é associado a trabalhos de macumba. Corre a lenda de que muitos emacumbados possuem um batráquio no ventre, como se estivem grávidos desses anfíbios.

Notei, apesar de não ser um especialista nem conhecedor do assunto, que o artesanato do Poti Velho parece ter ficado mais rico, mais diversificado, tanto pela temática, como pelo tamanho, textura, material utilizado e criatividade. Constatei que os valores agregados ao barro evoluíram, porquanto a maior parte das peças são pintadas, em cores compatíveis com a realidade, e outras passam por um processo transformador que lhes dá um aspecto vítreo, transformando-as quase em louça, pelo brilho e maciez. Alguns trabalhos tendem ao figurativismo, numa abordagem que se aproxima muito da realidade, inclusive com a agregação de acessórios bem reais, posto que em menor dimensão que os de uso prático. Algumas peças poderiam ser utilitárias, se o adquirente não lhes quisesse dar um uso exclusivamente ornamental; outras são esculturas abstratas, algumas talvez conceituais, mais utilizadas em projetos de arquitetura e decoração de maior sofisticação. A maioria das esculturas reproduz animais ou seres humanos, sejam estes santos ou figuras representativas do rurícola nordestino.

Finalizamos o passeio no Encontro dos Rios. Lá, vimos novamente o lendário Cabeça de Cuia e as suas sete Marias, uma das quais iconoclástica e irreverentemente “embuchada”, na grande arte do Nonato Oliveira, um dos maiores pintores e escultores do Piauí, que já enfeitou Teresina com magníficos afrescos, infelizmente nem sempre bem conservados. Vimos os peixes que não nadam; que são nada no formol, já evaporado e insuficiente para a sua perfeita conservação. A Anita e a Belinha percorreram as alamedas, em marcha lenta ou acelerada, conforme o humor que lhes movia as patas. Atraíram a atenção de crianças e adultos, por sua beleza feita de fofura e graça. Depois, tiveram a sua sessão de fotos, que lhes há de eternizar a beleza, quando lançadas aos mares internéticos e informáticos.

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