José
Maria Vasconcelos
josemaria001@hotmail.com
No
feriado da Semana Santa, recolhi-me no sítio. Recolher-se, acolhendo
familiares, tarefa saudável, porém complicada pelo barulho e
cozinha farta. Precisava saciar-me o espírito, estudando a história
de Jesus Cristo, fora dos relatos bíblicos. Selecionei cronistas
confiáveis, do início do cristianismo, sem enxertos lendários e
sentimentais, como projeta o cinema e vendedores de ficção. Em
seguida, fui atrás do que ainda se conserva dos primitivos
pergaminhos e papiros dos evangelhos. O resultado foi grata
satisfação para minha surpresa, de me aprofundar em Jesus Cristo,
histórico, na fé inteligente, sem melosidade. Aprecie comigo
valiosos depoimentos de testemunhas primitivas, fora da Bíblia.
Papiros e pergaminhos dos evangelhos ficam para outra oportunidade.
Publius Cornelius Tacitus,
nascido no ano 55, depois de Cristo, e morto em 120, escritor, orador
e cônsul romano, falando do incêndio de Roma, ano 64: "Um
boato acabrunhador atribuía a Nero a ordem de pôr fogo na cidade.
Para cortar o mal pela raiz, Nero imaginou culpados e entregou às
torturas esses homens detestados pelas suas façanhas, que o povo
apelidava de cristãos. Este nome vem-lhes de Cristo, que, sob o
reinado de Tibério, foi condenado ao suplício pelo procurador
romano Pôncio Pilatos..."
Plínio Jovem, governador da
Bitínia, na Ásia Menor, escreveu ao imperador Trajano, no ano 112
"...os cristãos estavam habituados a se reunir, em dia
determinado, antes do nascer do sol, e cantar um cântico a Cristo,
que eles tinham como Deus." Caius Suetônius Tranquillus,
historiador romano, referindo-se ao reinado do imperador Cláudio(41
a 54): "Ele expulsou de Roma os judeus, que, sob o impulso de
Chrestrós (forma grega de Cristo), causadores de frequentes
tumultos." Esta informação coincide com o relato dos Atos dos
Apóstolos (cap.18), escrito pelo evangelista Lucas: "Cláudio
decretou que todos os judeus saíssem de Roma." O Talmud
(coletânea de leis e comentários históricos dos rabinos
posteriores a Jesus, que eles próprios combatiam: "Na véspera
da Páscoa, suspenderam a uma haste(cruz) Jesus de Nazaré. Durante
40 dias, um arauto, à frente dele, clamava:"Merece ser
apedrejado, porque exerceu a magia, seduziu Israel e o levou à
rebelião. Quem tiver algo a justificar venha proferi-lo!" Nada
porém se encontrou que o justificasse, então suspenderam-no à
haste, na véspera da Páscoa."
Flávio Josefo (37 a 100),
historiador judeu, fariseu, que acompanhou e descreveu de destruição
de Jerusalém pelos exércitos romanos, também deixou esta preciosa
informação em seu livro, Antiguidades Judaicas: "Por essa
época, apareceu Jesus, homem sábio, se há lugar para chamarmos
homem. Porque Ele realizou prodígios...arrastou judeus e
gregos...Ele era o Cristo...Por denúncia dos príncipes da nossa
nação, Pilatos condenou-O ao suplício da Cruz...ao terceiro dia
apareceu ressuscitado, como anunciaram os divinos profetas,
juntamente com mil outros prodígios. Ainda hoje subsiste o grupo,
que recebeu o nome de cristãos."
Existem dezenas de evangelhos
não aceitos por exegetas sérios. Trata-se, segundo eles, de textos
apócrifos, isto é, que não apresentam inspiração divina, mas
interferência de sentimentos pessoais dos autores..
Meio
a árvores, plantas, frescor, pássaros e silvo da floresta, fica
fácil experimentar a presença e estudo de Deus. Porque o bem não
faz barulho nem o barulho faz bem.
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