CREPÚSCULOS
DE OURO
Félix
Pacheco (1879 - 1935)
Tardes
cheias de paz e de melancolias!
Horas tristes do ocaso, em que o sol adormece
E a natureza, em coro, ergue aos céus uma prece!
Tardes sentimentais de êxtase e nostalgias!
Horas tristes do ocaso, em que o sol adormece
E a natureza, em coro, ergue aos céus uma prece!
Tardes sentimentais de êxtase e nostalgias!
Poentes,
surdas canções monótonas e frias,
Horas de bucolismo em que tudo se esquece,
Núncias da noite, irmã do mal, que do alto desce,
Lenta e lânguida, abrindo um pálio às agonias!
Horas de bucolismo em que tudo se esquece,
Núncias da noite, irmã do mal, que do alto desce,
Lenta e lânguida, abrindo um pálio às agonias!
Só quem
vos pode ouvir é o coração dos poetas,
Tardes de misticismo e sensações secretas,
Que refletis nos céus o fim das nobres vidas!
Tardes de misticismo e sensações secretas,
Que refletis nos céus o fim das nobres vidas!
Em vós,
ocaso de ouro, a alma dos velhos puros,
Como outro sol que desce aos báratros escuros,
Chora o choro de luz das ilusões perdidas!
Como outro sol que desce aos báratros escuros,
Chora o choro de luz das ilusões perdidas!
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