terça-feira, 21 de agosto de 2012

Ser Pai e Ser Mãe



SER PAI (*)

(Paródia ao soneto “Ser mãe”, de Coelho Neto)

Francisco Miguel de Moura

Ser pai é ganhar mais, libra por libra,
Para que o filho não se torne alheio,
Nem precise ir embora do seu meio,
Da família, onde a infância se equilibra.

Ser pai é sofrer só... Filho nem liga
De pai ficar em casa a noite inteira,
Se tem mãe que lhe vele à cabeceira,
Por isso o pai, coitado já nem briga.

E assim desce ao boteco e perde o brilho,
Embora lhe acompanhe um amor capaz
De voltar logo e aconchegar o filho.

Ser pai é se zangar quando está liso,
Ser pai é sofrer muito e ser capaz
De sorrir, padecendo o prejuízo.
Teresina, 25/02/2012

(*) Na sessão da Academia Piauiense de Letras comemorativa do Dia das Mães do ano passado, o desembargador Manfredi Mendes de Cerqueira, após enaltecer as mães e fazer referências elogiosas ao soneto Ser Mãe, de Coelho Neto, lançou um desafio, ao dizer que algum poeta deveria escrever um poema sob o título de Ser Pai. O poeta Francisco Miguel de Moura, atendendo a esse desafio, leu este poema na sessão do dia 11 passado. Trata-se de uma bela e criativa paródia.

SER MÃE

Coelho Neto

Ser mãe é desdobrar fibra por fibra
O coração! Ser mãe é ter no alheio
Lábio que suga, o pedestal do seio,
Onde a vida, onde o amor, cantando, vibra.

Ser mãe é ser um anjo que se libra
Sobre um berço dormindo! É ser anseio,
É ser temeridade, é ser receio,
É ser força que os males equilibra!

Todo o bem que a mãe goza é bem do filho,
Espelho em que se mira afortunada,
Luz que lhe põe nos olhos novo brilho.

Ser mãe é andar chorando num sorriso!
Ser mãe é ter um mundo e não ter nada!
Ser mãe é padecer num paraíso!

(Copiado site "Jornal de Poesia")

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