terça-feira, 23 de outubro de 2012

NA NOITE



NA NOITE

Elmar Carvalho

Na noite
um sapo coaxa.
Uma puta triste
acha graça. Acha graça.
Um galo
às desoras desfere um canto
fora de hora. E chora.
Um cão ladra por nada:
nenhuma cadela no cio.
O silêncio
grita como louco
na concha acústica
dos labirintos dos ouvidos moucos
por onde um Teseu lasso caminha
em busca do Minotauro – perdido
sem o fio de Ariadne –
conduzido por outro fio
que parte / se parte e
se reparte entre o ser
e o não ser.
E os gritos de Teseu
arrancam ecos
que já ecos de si mesmos
se repetem se repetem
até a mais completa
absoluta exaustão.

Um comentário:

  1. Caro Elmar, enviei-lhe um email, via uol, inclusive querendo saber se V.Exa., estaria nas paradas Parnaibanas, mas não recebi retorno, e agora não sei se V.Exa., o recebeu, ou o recebeu e não teve tempo de retornar, por essa razão uso essa via. Como vc está? estamos precisando reinaugurar a Maison Fontenele

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