ROMPIMENTO (*)
Elmar Carvalho
Dedo
em riste,
muito
feroz e muito triste,
o
homem, grosso e imundo, falou:
– Lembra-te,
tu já lambeste meu cu!
A
mulher, com gestos abstratos
feitos
do mais singelo recato,
elegante
e delicada, retrucou:
– Lambi,
mas não lambo mais ...
O
homem quedou-se transformado
em
pesada estátua de pedra e dor.
A
mulher se foi
leve
e evanescente
anjo
que se libertou.
(*) Esta história, sobre velho "coronel" de Parnaíba, foi contada pelo Zé Hamilton, em agradável roda de conversa, de que eu fazia parte, algumas décadas atrás.
(*) Esta história, sobre velho "coronel" de Parnaíba, foi contada pelo Zé Hamilton, em agradável roda de conversa, de que eu fazia parte, algumas décadas atrás.
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