Janelas
do passado
Adail
Coelho Maia (1909 - 1962)
Debruçado
na janela do passado,
Ao
longe, distingui longos caminhos,
Repletos
de cardos e espinhos,
Em
fileiras de um lado e de outro lado!
Lembrei-me
de mim mesmo, hoje isolado,
Nos
lugares desertos e mesquinhos,
Qual
ave a cantar fora dos ninhos,
Num
gorjeio saudoso e sufocado...
Se
a criancinha encosta-se ao peito,
Que
sorrindo ou chorando, a sorte escrava,
Não
me permite aconchegá-la ao peito!...
Espelho
sou de luz amortecida;
Foge
de mim quem outrora me abraçava,
É
uma vida sem vida, a minha vida!...
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