Cunha e Silva Filho
Com
a vitória da votação dos membros permanentes da ONU para o pleito
do Estado da Palestina ter direito ao status de “Estado
Observador”, à semelhança do Estado do Vaticano, os palestinos
conseguiram, com muito esforço, a aprovação de considerável parte
dos membros da ONU. Os palestinos, a partir de agora, já podem ter
acesso a uma instância de extrema relevância, o Tribunal Penal
Internacional (TPI) através do qual poderá reivindicar queixas
contra violações de atentados, massacres, crimes de guerra e e
crimes contra a humanidade e outros delitos cometidas pelos
governantes israelenses. Ressalve-se que a minha crítica não se
destina ao povo judeu na sua maioria, mas ao seus sistema de
governança no âmbito das relações internacionais e de geopolítica
num conflito entre os dois países que se arrasta desde a divisão do
território que caberia a Israel e à região territorial destinada
aos palestinos. O conflito mais acirrado atualmente diz respeito ao
avanço dos judeus por parte do território que pertence aos árabes,
por exemplo a Faixa de Gaza controlada pela facção Hamas.
O
nó górdio entre judeus e palestinos tem implicações maiores no
campo da divisão territorial de partes de regiões que
deveriam ficar sob o controle palestino, e não apenas servindo de
munição para que os judeus continuem isolando as fronteiras do dois
países e ainda por cima unilateralmente praticando ilícitos quando
avança pelo território palestino a fim de aumentar seu próprio
espaço geográfico.
Seria
preciso que ambos os lados desarmassem os espíritos e pensassem em
encontrar uma via que os levaria a uma estado de convivência
pacífica sem ódios nem retaliações de parte a parte. Se o Estado
judeu cessar a sua ambição de querer tomar à força marcos
fronteiriços já assentados pelos órgão internacionais
competentes, como a ONU, isso já seria outro passo
notável na relação com os palestinos. O que não pode
persistir é este estado de beligerância constante entre as duas
nações que não resultaram, até hoje, em nenhum bem para a
paz entre os dois povos.
Por
que não permitir que a velha Jerusalém se torne uma espaço comum
compartilhado harmoniosamente entre palestinos e israelenses, uma
espécie de lugar santo aberto aos dois povos, uma área geográfica
livre de confrontos religiosos e políticos, na qual só haveria
espaço para a convivência e a pacificação.
Porém,
não é assim que pensa o Premiê Netaniahu que, ao lado dos Estados
Unidos, não vê com bons olhos essa pequena vitória do povo
palestino. Netaniahu me parece sempre estar com um pé atrás em
relação às palavras do Presidente Mahmud Abbas, segundo ele
discurso que esconde falsa propaganda e outras intenções que não
as que conduzem à paz. Ao contrário, vejo o Premiê judeu sempre
iracundo e com fisionomia hostil no que diz respeito a discussões
entre os dois países, ao contrário de Abbas que me dá a impressão
de desejar uma saída para a paz. Mesmo quando os dois países estão
se guerreando, o saldo de mortes é muito mais elevado para o lado
palestino. É só ver as estatísticas, que falam mais do que as
palavras.
Qualquer
pretensão maior da parte dos palestinos na tomada de decisões
conducentes a uma trégua com os judeus será barrada pelos EUA e
Israel – os dois grandes aliados prontos a vetarem no Conselho de
Segurança da ONU reivindicações dos palestinos. Esta união destes
dois países em nada contribuirá para melhorar de vez o conflito e
os crimes praticados entre Israel e os palestinos. Obama , tanto
quanto os seus predecessores, mantêm a mesma fidelidade
incondicional em propiciar aos judeus afagos e apoio em todos os
sentidos, o que é lamentável para o EUA e para a suas relações
internacionais
O
governo brasileiro está de parabéns porque se solidarizou com a
vitória dos palestinos na conquista de ser um novo “Estado
Observador" e, de certa forma, ter mais visibilidade junto aos
membros permanentes da ONU. Os 138 votos favoráveis aos palestinos
foram um grande indício de que nações importantes não veem o povo
palestino como uma nação aventureira e sim como um povo que almeja
conquistar a paz duradoura.
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