Neto e Zé Francisco Marques |
No sítio Karajás, Elmar, Neto e Zé Francisco |
Neto com amigos e familiares, no sítio Karajás |
José
Francisco das Chagas Marques
Se
alguém pedisse para descrever o meu compadre Neto, eu usaria, sem
dúvida, palavras como: honesto, prestativo, solidário, amigo...
Enfim, palavras que embora tragam no bojo substanciais significados
certamente não definiriam o caráter e presteza da grande figura
humana por ele representada.
Conheci-o
logo assim que comecei a lecionar. Aproximou-se de mim com aquele
olhar paternal a um filho que se sentia perdido em mundo recém
adentrado. Recebi dele as primeiras lições de como me portar na
atividade letiva, como também recebi dele vasto acervo didático que
trago comigo até os dias presentes. Era o irmão que me faltara até
então. Tínhamos gostos semelhantes e nos nossos momentos de lazer
formávamos uma “dupla sertaneja” que recebia nomes jocosos a
cada encontro.
Recebi
do meu amigo diversas lições que modestamente procuro por em
prática. Devo a ele o significado e entendimento de algumas palavras
que antes eu não tinha a dimensão e muito menos a clareza de como
são importantes quando postas em prática. Ele era a própria
personificação da bondade e disponibilidade, não somente para os
seus familiares, como também daqueles que precisassem de seus tão
bem vindos préstimos.
Vem-me
à mente um flashback dos momentos maravilhosos que podemos
compartilhar. Das pescarias, dos bate-papos noite adentro, das
“violadas” ao pôr de sol e das inevitáveis piadas que
construíamos para de certa forma “driblar” os nossos problemas
cotidianos em comum. Dividimos também o lado amargo que a vida nos
apresenta. Fui, por vezes, o seu aconselhador ao ouvir-lhe pedido de
socorro aos problemas que a vida insistentemente nos remete. Tenho a
satisfação de dizer que contribuí em muitos momentos para amenizar
as “culpas” que o meu querido compadre dizia trazer consigo.
E...
veio a doença fatal e impiedosa, dessa vez mais avassaladora e
letal. Tentei utilizar, de todas as formas possíveis, palavras que o
trouxessem de volta à realidade, que parecia ter sido substituída
por um mundo de desesperança e conflitos internos gigantesco. A
doença que o acometera lhe tirou o brilho do olhar, extirpou do seu
ser a enorme fé que o acompanhava, e esse turbilhão de fatores
negativos certamente o levaram a sucumbir da tão preciosa vida que
Deus generosamente nos ofertou.
A
sua energia ficara para sempre na sua querida Chácara Karajás. A
brisa costumeira da noite, ondulando as vastas árvores do lugar,
será canção àqueles que jamais o esquecerão. Na bonita paisagem
que se afigura do local, estará sempre a sua face a reluzir. Os
pássaros que recebiam dele terna proteção, habitando os frondosos
galhos das árvores do lugar, entoarão para sempre a canção
melodiosa da paz, em lindo e harmonioso concerto divinal.
Será
difícil ultrapassar os portões da chácara e não sentir
incontinente a sua presença tão substanciosa, como também difícil
será não ver os seus braços abertos prontos para um abraço como
só ele sabia dar. Será difícil não ver aquele sorriso terno e não
ter aquelas palavras amigas e reconfortantes.
É
amigo, você na vida foi o mestre da doação, do dispor e ...
esqueceu-se de sua própria pessoa. Quem, além dos grandes homens da
história, possuíram tais dons beneméritos? Quem, além daqueles
que desconhecem do seu vocabulário a palavra egoísmo, se dispuseram
a tais feitos filantrópicos?
Quando
o vi pela última vez, recebi o mais forte abraço que eu recebera
até então. Mas, falível que sou como humano, não pude entender
que mais que um abraço, aquele gesto era um pedido de socorro ou –
quem sabe? – a despedida de alguém que da vida finalmente vira o
brilho de todas as cores cessarem. Não pude lhe agradecer pelo
enorme bem que me fez, da pessoa que, espelhada em seus exemplos,
tenta a cada dia melhorar no plano em que habitamos.
Vá
em paz, meu compadre, e que Deus lhe conceda as benesses celestiais
dignas de sua postura em nosso convívio.
É DIFICIL DE ACREDITAR MAIS ACONTECEU INFELIZMENTE , COM ELE O MAU VENCEU Q SIRVA DE LIÇAO PRA NOS A DOENÇA E PRINCIPALMENTE OS ENSINAMENTO Q ELE TRANSMITIU AO LOGO DA VIDA E Q TEM Q SER LEMBRADOS DAKI ELE SAIU MAIS ESTA VIVIN EM NOSSOS PENSAMENTOS...JA DIAZIA A MUSICA"OS BONS MORREM JJOVEM" JOVIALIDADE ELE TINHA ELE A PERDEU NO DIA Q SE FOI.....VAI FAZER FALTA SIM...
ResponderExcluir"Aquele que amamos nunca morrem, apenas partem antes de nós" (Amado Nervo)
ResponderExcluirhlima/sp