sábado, 14 de dezembro de 2013

Fantásticas profecias messiânicas


José Maria Vasconcelos
Cronista, josemaria001@hotmail.com

          Minha fé cristã, de vivência católica, dispensa fronteiras. Membros da Igreja Batista costumam convidar-me para reuniões em família.  Estuda-se a Bíblia, associada ao cotidiano das pessoas, sem confrontos de igrejas, ora-se, serve-se lanche. Neste dezembro, comemorou-se a tradicional confraternização natalina,  com amigo oculto, reflexões bíblicas, brincadeiras, sucos, a ceia. Espírito natalino do qual papai-noel não faz parte, mas Cristo aniversariante. Pediram-me a palavra, destaquei algumas profecias messiânicas do Antigo Testamento. Fantásticas, porém desconhecidas de muita gente, inclusive de habituais paroquianos.

            Textos bíblicos começaram a ser produzidos, a partir de quase mil e quinhentos anos antes de Cristo. Primeiro autor, Moisés, descendente do patriarca Abraão, educado na alta corte de Faraó, colheu informações da memória coletiva e escreveu o Gênesis, entre outros. No terceiro capítulo, início da civilização humana, Deus revela a primeira profecia messiânica, um libelo contra a serpente (o Maligno): “Porei ódio entre ti e a mulher, entre a semente da tua descendência (filhos do pecado original) e a semente da mulher (o Messias). Ele te visará a cabeça e tu lhe visarás os pés.” Teólogos apontam, nesta profecia, a futura mãe de Jesus, e a luta do Salvador contra o Satanás na descendência de Eva. No Nargum (textos que circulavam nas comunidades judaicas, até 250 anos antes do nascimento de Cristo, que serviam de orientação para leitura da Bíblia), encontra-se uma passagem significativa sobre a profecia: “Quando a descendência da mulher guardar os mandamentos da Lei, eles se voltarão diretamente contra ti (o Maligno) e esmagarão a tua cabeça. Mas quando abandonarem os mandamentos, tu te voltarás diretamente para eles, e tu os ferirás no calcanhar. Contudo para eles haverá um remédio... No futuro, eles estarão em paz com o calcanhar, nos dias do rei, o Messias”.

            Dois milênios antes de Cristo, Deus promete ao patriarca Abraão, raiz do povo hebreu: “Na tua descendência (o Messias), serão benditas todas as nações”. (Gênesis, 22). O projeto da salvação humana não se restringe só ao povo judeu. Jesus enfrentou essa ideologia judaica, comendo com pagãos, visitando e curando romanos imperiais, visitando territórios  inimigos dos judeus.

            Jacó, filho de Abraão, no leito de morte, abençoou cada um de seus 12 filhos. Ao por as mãos sobre Judá, profetizou: “Não se apartará o cetro (reinado) de Judá, nem o bastão de comando, até que venha aquele (Messias) a quem devem obediência aos povos”. Jesus descendia dessa tribo.

Aproximadamente, dez séculos antes de Cristo, o profeta Balaão, em êxtase, profetizou: “Vê-lo-ei, não agora, nem de perto. Uma estrela (o Messias) procederá de Jacó, de Israel subirá o cetro...” (Números, 24). Profeta Isaías, sete séculos antes, anteviu o Messias: “Do tronco de Jessé (pai do rei Davi), sairá um rebento, e das suas raízes um novo rebento (o Messias)” (Isaías, 11). Mais adiante: “Uma virgem conceberá e dará à luz um filho, chamado Emanuel (isto é, Deus no meio dos homens).” Naquele mesmo tempo, o profeta Miquéias anunciava: "E tu, Belém de Éfrata, de ti, tão pequenina, sairá o que há de reinar, cujas origens são desde a eternidade.” Esta profecia me chama atenção para o primeiro capítulo do evangelista João, uma obra-prima da literatura universal: “No princípio era o Verbo (o Messias), e o Verbo estava junto de Deus e o verbo era Deus. Ele estava no princípio junto de Deus,... e o Verbo se fez carne e habitou entre nós”. Paro por aqui. Um arrepio de espírito natalino me toma conta. Nem a ceia natalina e presentes me seduzem tanto.    

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