Natal
de Oeiras
Dagoberto
Carvalho Jr.
Chamavam-se
“berços”
– de
alecrim, andré-miúdo
e
ingênua criatividade –
os
presépios de minha infância,
cuja
visitação era o Natal de Oeiras.
Antes
das “árvores” que vieram de fora
e
tomaram as salas,
colorindo-as
de alegria alheia.
Lembro-me
do que foi de Burane,
na
Praça da Bandeira;
o
de Dona Lourdes, na Rua do Norte;
o
do Colégio das Irmãs,
em
seu sobrado-convento,
antigo
palácio dos presidentes da província.
O
da casa de minha avó,
no
Beco do Quartel,
tinha
cama de madeira
porque
o menino já era grande
e
dormia vestido de gesso.
Uma
vez faltou luz elétrica.
Demora-me
a noite na memória,
como
a lanterna vermelha que me levou
aos
santos endereços da saudade;
que
nunca mais deixou de iluminar os meus Natais.
Recife,
Natal de 2010
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