O CANÁRIO
DE BERTHA
R. Petit
(1894 – 1969) Pseudônimo de Raimundo de Araújo Chagas
Júlia tinha um canário, tu bem viste,
mas Bertha tinha um outro extraordinário
que muitas vezes o seu canto ouviste
como se fosse um sonho imaginário.
Júlia tratava os dois de modo vário!
Tanto assim que o de Bertha fez-se triste
porque ela dava alpiste ao seu canário
dando arroz ao de Bertha em vez de alpiste.
Como o canário original de Bertha,
estristeci, vendo na vida incerta
esse grupo de cínicos que existe,
que estende a mão de amigo sendo algoz,
vão criando canários com arroz
e alimentando amigos com alpiste...
Júlia tinha um canário, tu bem viste,
mas Bertha tinha um outro extraordinário
que muitas vezes o seu canto ouviste
como se fosse um sonho imaginário.
Júlia tratava os dois de modo vário!
Tanto assim que o de Bertha fez-se triste
porque ela dava alpiste ao seu canário
dando arroz ao de Bertha em vez de alpiste.
Como o canário original de Bertha,
estristeci, vendo na vida incerta
esse grupo de cínicos que existe,
que estende a mão de amigo sendo algoz,
vão criando canários com arroz
e alimentando amigos com alpiste...
Belo soneto, este de R. Petit. Parabéns pela escolha, confrade. Aliás, acho que com seu conhecimento você poderia organizar uma antologia da poesia piauense. Abraço: Reginaldo Miranda.
ResponderExcluirCaro confrade Reginaldo Miranda,
ResponderExcluirVocê acertou na mosca, ou seja, no alvo.
De fato, venho tentando construir no blog, sob a denominação de Seleta Piauiense, uma antologia poética do Piauí.
Espero lhe possa dar a desejável continuidade.