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Marechal Firmino Pires Ferreira |
Marechal Taumaturgo de Azevedo |
24
de abril Diário Incontínuo
BARRAS
– TERRA DOS GOVERNADORES E DE POETAS E INTELECTUAIS
Elmar Carvalho
Não
faz muito tempo, um amigo enviou-me por e-mail um artigo em que
defendia a tese pela qual Barras já teria sido desbancada de seu
título de Terra dos Governadores. Fiz rápida pesquisa, na qual
consultei as obras de Cláudio Bastos, de Antenor Rêgo Filho e de
meu amigo Wilson
Carvalho Gonçalves. Este último, além de ser
barrense, assim como o segundo, publicou vários livros sobre a
história de seu torrão. Logo confirmei o que já tinha como certo:
a velha urbe continua firme em sua honra de ter dado mais filhos ao
governo do Piauí.
Sendo
meu pai natural de Barras e sendo vários de meus ancestrais paternos
filhos desse município, e tendo ainda passado vários períodos de
férias escolares, tanto na infância quanto na adolescência, nesse
rincão querido, tratei de telefonar ao meu amigo para lhe dizer, com
a necessária cordialidade, que ele laborara em equívoco. Ele
encarou o fato com naturalidade, sem aborrecimento; disse que iria
fazer novas pesquisas, refazendo o que teria de refazer, para depois
publicar o seu trabalho.
Acrescentei-lhe
que Barras não só dera vários governadores ao nosso Piauí como a
outros estados do Brasil. Expliquei-lhe que esse honroso aposto se
devia não só ao fato de ela ter tido vários de seus filhos na
governança de nosso estado, mas também na chefia do Executivo de
Pernambuco e Amazonas, em diferentes oportunidades. Para que não
pairasse nenhuma dúvida, citei-lhe o nome desses governantes.
Em
conversa com o amigo Antenor Rêgo Filho, barrense de ilustre
estirpe, autor do importante livro Barras – histórias e saudades,
sobre o qual emiti comentário quando de sua publicação, revelou-me
ele que proeminente político de Valença do Piauí, alguns anos
atrás, andou questionando sobre se esse município já não seria a
nova Terra dos Governadores, tendo tido a imediata reprovação do
velho Tena, tenaz defensor das glórias de sua terra natal.
De
maneira sucinta, com uma ou outra pequena informação, passo a citar
os nomes dos barrenses que exerceram a chefia do Poder Executivo do
Piauí: Gregório Taumaturgo de Azevedo (26/12/1889 a 04/06/1890),
primeiro governador republicano do nosso estado; Coriolano de
Carvalho e Silva (11/12/1892 a 04/07/1896); Raimundo Artur de
Vasconcelos (01/07/1896 a 1900); Matias Olímpio de Melo (1924 a
1928) e Leônidas de Castro Melo, que governou o Piauí por mais de
dez anos (03/05/1935 a 09/11/1945). João de Deus Moreira de
Carvalho, major do Exército Brasileiro, fez parte da junta que
exerceu o Poder Executivo durante o breve período de 16 de novembro
a 26 de dezembro de 1889; era irmão de Gregório Taumaturgo de
Azevedo, ambos filhos de Manoel de Azevedo Moreira de Carvalho e
Angélica Florinda Moreira de Carvalho.
Os
barrenses Gregório Taumaturgo de Azevedo e Fileto Pires Ferreira
governaram o Estado do Amazonas, enquanto Segismundo Antônio
Gonçalves governou o Estado de Pernambuco. No livro Chão de
Estrelas da História de Barras do Marataoan, da autoria de Wilson
Carvalho Gonçalves, que tive a elevada honra de prefaciar, encontro
a seguinte informação: “Segismundo Gonçalves foi uma das figuras
mais expressivas no cenário político de Pernambuco, no período de
1880 – 1915. Governou o Estado em três oportunidades: 1889, 1900,
1904 – 1908”. Acrescento que esse estadista exerceu vários
outros cargos importantes, entre os quais o de senador e o de
desembargador.
Além
de ser a Terra dos Governadores, Barras é também torrão natal de
marechais, senadores e de poetas e intelectuais. Marechais foram
Firmino Pires Ferreira, que lutou na Guerra do Paraguai, e Gregório
Taumaturgo de Azevedo, que chefiou a comissão de limites entre o
Brasil e a Bolívia, fundou a cidade de Cruzeiro do Sul (Acre) e a
Cruz Vermelha Brasileira. Foram senadores Firmino Pires Ferreira,
Raimundo Artur de Vasconcelos, Joaquim Pires Ferreira, Matias Olímpio
de Melo e Leônidas de Castro Melo. Todos estes foram também
deputados federais.
Entre
os intelectuais, poetas e escritores, podem ser citados os seguintes
filhos ilustres de Barras: David Moreira Caldas, que passou à
história com o epíteto de “profeta da República”, Celso
Pinheiro, talvez o mais importante poeta simbolista do estado, José
de Arimathéa Tito Filho, que presidiu a Academia Piauiense de Letras
durante 23 anos, João Pinheiro, autor da mais notável obra sobre a
história literária do Piauí, em cuja seara parece ter sido
pioneiro, Matias Olímpio de Melo, presidente da APL em dois
mandatos, Breno Pinheiro, Fenelon Castelo Branco, José Pires Lima
Rebelo e Wilson Carvalho Gonçalves, autor de uma das mais notáveis
obras de divulgação da História do Piauí.
São
considerados barrenses os poetas Leonardo de Carvalho Castelo Branco,
Hermínio de Carvalho Castelo Branco e Teodoro de Carvalho Castelo
Branco, cognominado o poeta caçador, em virtude de que as
localidades em que nasceram fizeram parte do território de Barras
(hoje integram o município de Esperantina). O primeiro foi um dos
mais notáveis patriotas, tendo lutado pela Independência do
Brasil no Piauí, bem como fez parte da Confederação do Equador. Os
dois últimos foram heróis da Guerra do Paraguai.
Segundo
Antenor Rêgo Filho, em sua obra citada, “Barras, depois de
Teresina foi a cidade que mais tem filhos fazendo parte dos quadros
da Academia Piauiense de Letras, quer como patronos, quer como
ocupantes de cadeiras”. Nasceu nesse município Lucílio de
Albuquerque (09/05/1877), que foi um dos mais importantes pintores do
Brasil. Estudou na Escola Nacional de Belas-Artes, da qual veio a se
tornar diretor, e na Universidade de Sorbonne, em Paris. Foi
considerado em sua época o mais importante paisagista brasileiro.
Expôs em Nova Iorque e em Paris.
Na
atualidade, podemos citar, entre outros, como expressivos
representantes da cultura e da literatura barrenses, o jornalista e
intelectual Reinaldo Torres, o contista Constâncio Furtado do Rêgo,
o historiador Antenor do Rêgo Filho e o poeta e romancista Dílson
Lages Monteiro, professor de literatura e proprietário do
Laboratório de Redação que leva o seu nome e do importante portal
literário Entretextos. Na música, como cantor, compositor e
instrumentista, pontifica Francy Monte.
Assim,
sem detrimento de nenhum outro município, podemos dizer que Barras
não é somente a Terra dos Governadores, mas também de marechais,
artistas, poetas e intelectuais.
Elmar,
ResponderExcluirRecebo com imensa alegria, estas informações que você
coloca no texto acima mencionado. Espero que todos leiam e façam
boas reflexões sobre o texto.
Um abraço fraternal a todos os munícipes que habitam o vale, antes verde e agora não tão verde do Rio Longá.
Itamar
Parabéns, pelo belo texto sobre Barras, seus filhos ilustres;
ResponderExcluirgovernadores, poetas, escritores.
Apenas desejei fazer justiça à nossa bela e aprazível Barras das sete barras ou Barras do Marataoan e também do Longá e outros cursos d'água.
ResponderExcluirInformações valiosíssimas sobre a história de minha terra natal e seus filhos ilustres. Texto leve, com linguagem rebuscada, revelando muita afinidade do autor com as palavras. Obrigado!
ResponderExcluirOnde consigo comprar esse livro?
ResponderExcluirFiquei tão orgulhoso da minha terra querida - por uns instantes - que esqueci dos políticos dos políticos desqualificados que tão pouco fizeram; fizeram por nossa cidade de Barras
ResponderExcluirBom dia! Onde encontro o livro Chão de estrelas da história de Barras do Marataoan, de Wilson Carvalho Gonçalves?
ResponderExcluirOnde encontro o livro Chão de Estrelas... de Wilson Carvalho Gonçalves?
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